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quarta-feira, 11 de julho de 2012

As falácias de Relvas e a Televisão



“Fazer televisão, em qualquer país, é muito caro”, ironicamente alguns que pensam que “vender televisão é muito fácil”.
Simplesmente para dizer que há 35 anos sou um crítico do financiamento da RTP em Portugal, pelo seu modelo institucional e não empresarial, embora ao serviço da cultura portuguesa. Aliás não confundo televisão nacional e internacional. Outrora, um grande “handicap” à difusão da televisão internacional era a publicidade, ao contrário de canais brasileiros a difundirem nacionalmente publicidade no país.
Ouso afirmar que praticamente o Estado Português não paga nada pela televisão, embora não concorde com os anunciados prejuízos de 508 milhões. Mas também defendo que o Estado deve lucrar com a Televisão.
Cavaco Silva acabou com as “taxas televisivas” para se implementar a “contribuição audio-visual”, que o leitor e consumidor paga bimensionalmente 4,50 euros + 0,27 de IVA, todavia se tiver televisão, por cabo, paga mais 5,40 euros mensalmente.
Em contas gerais, o Estado Português arrecada uma média de 300 a 400 milhões de euros em IVA, nos meios audiovisuais, exceptuando as empresas privadas de televisão, que com os seus salários e impostos se aproximam dos 500 milhões.
Eis, portanto, a primeira falácia.
Na intervenção inicial na audição, na Comissão para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, Miguel Relvas disse que «em 2012, o esforço com a RTP» totaliza «cerca de 508 milhões de euros quando, por exemplo, o esforço financeiro do Estado com o Centro Hospitalar Lisboa Norte - Hospital Santa Maria é de cerca de 290 milhões de euros e com o São João do Porto é de cerca de 289 milhões de euros».
A RTP nacional deveria sobreviver com a publicidade e as contribuições do áudio-visual.
«Não se compreende que os portugueses despendam tantos impostos para sustentar o serviço público de televisão em Portugal. Pagam-se salários milionários e são atribuídas viaturas de serviço e custos de manutenção brutais que não se enquadram no serviço público», defendeu Raúl Almeida (Deputado do CDS).
Desde há muito tempo se pugna por uma “contabilidade analítica” para que os portugueses saibam os custos dos programas e do orçamento da RTP.
A segunda falácia é saber o que se quer da televisão pública!...


P.S. Quando as faculdades insistirem no "Direito da Informação", na "Sociologia da Informação" e na "Economia de Informação", talvez as coisas melhorem!...

1943



1943 - Recordar o “nada existencial” (“porque ainda não existia”) faz-me lembrar Jean Paul Sartre, e  o seu “existencialismo é um humanismo”, nas atrozes lides económicas e políticas.
Se juntar a isto Karl Marx que dizia que o “homem é um ser económico” reencontro-me na tropelia política da crítica de Kierkegaard, acrescentando “que me interessa conhecer o sistema se me perco nele”. Portanto, falar de existência, parece um “conceito crítico” em plena crise, tal é a turbulência  da sua essência.
Embora a maioria dos portugueses andem perdidos no turbilhão das lutas financeiras e económicas, (na qual me incluo), olhando simplesmente para o seu umbigo, já que a vida concreta dispensa as mais belas teorias, não haja dúvida que a data em causa assinala um marco nas exportações portuguesas.
Um dia, a admiração de uma francesa pela compra de produtos de beleza pelos portugueses contrastava com a imagem deprimente que certa "xenofobia" gostava de exibir e lamentar ao negro destino do fado e da existência.
Todavia, a imagem positiva das exportações portuguesas carece de um “orgulho e exibicionismo” que certos povos fornecem a si próprios.
Certamente que os franceses enobrecem as suas conquistas tecnológicas e produções agrícolas. O "glamour "dos perfumes franceses devia despertar um estímulo que carece na ousadia de um certo “panache” luso para engrandecimento da auto estima dos portugueses.
“Consuma produtos portugueses”, de forma que muitos anos sejam mais que 1943.


P.S. Com uma poupança de 117% do PIB, valor mais alta depois de 2000, aguenta-se uma inflação de 2,7%.

Pela mão da escrita



Agualusa, escritor angolano do Huambo parece que se mudou de armas e bagagem para Moçambique.Porventura, atraído pelos meandros do rio Matola e seus afluentes, inebriou-se, encantou-se e instalou-se na “doce choupana” de Mia Couto, cujo tecto escuro navega num manto verde.
“A Educação dos Pássaros” faz-me lembrar o estilo contador de Mia Couto, e a nova narrativa de Mia Couto faz-me recordar Agualusa.
A irmandade espalhou-se em novos devaneios artísticos e literários que me deixaram algo confuso pela profusão temática, narrativa sonhadora e conteúdo de mensagem que navega de onda em onda ao sabor de uma maresia africana.
Ao contrário da “doce choupana” de Mia Couto, suavemente incrustada na suave curva do rio, a realidade africana esconde-se num fundo negro, sobressaindo somente um verde de esperança na crista da pluma destes escritores. 
Acresce-se à subtileza desta troca de estilos, uma sobreposição de imagens que o mundo ocidental pressente  numa certa diferenciação e emancipação.
“Onze contos sobre anjos, demónios e outras pessoas quase normais”, na tal “educação sentimental dos pássaros” chilreiam em sentimentos, cujo cântico enigmático, traduzem uma realidade oculta, cujos enigmas nem sempre são perceptíveis.
Após leitura dos dois últimos livros destes autores, surge uma marca de transferência de identidade de estilos, que o tempo nos revelará nas suas insondáveis realizações.
Na minha "Confissão de Leoa" quedo-me no "Milagrário Pessoal" e na inconfundível figura de "Zé do Telhado".  

Onde estás Museu?


Quem passar por Cascais não deve perder a visita à antiga “Cidadela de Cascais”, modernamente transformada em hotel pelo grupo turístico Pestana.
“Com a sua abertura ao público e recuperação da função de residência de verão do Presidente da República, Cascais passou a contar com mais um espaço cultural de referência, no qual se espera apresentar uma programação regular de visitas guiadas e exposições temporárias e iniciativas como conferências, seminários e lançamentos de livros. A médio prazo, a Presidência da República conta proceder à instalação de um polo museológico”.
No espaço central da pequena praça sobre a sua antiga cisterna defrontamos com um edifício amarelo, ciosamente fechado que, pelos vistos, aguarda a instalação de um futuro museu.
Em tempos de crise, parece que o seu adiamento se deve a alguns problemas financeiros, mas que certamente facilmente podiam ser ultrapassados.
A fugaz ideia de comercialização turística, desde já anunciada, somente peca pela falta de iniciativa nos domínios da informação e marketing.
Certamente que um pólo de exposição das actividades ligadas à representação nacional merecem que os ilustres turistas satisfaçam os seus gostos e devaneios.
Por isso, com as devidas credenciais que reúne Belém, o tempo urge que rapidamente se elabore um quadro muselógico, como “panache” da Baía de Cascais, ilustrado pela marca portuguesa.
Se a iniciativa privada cumpre ou vai cumprindo a sua missão comercial, porque havemos de esperar pela nau de Belém?

EUROPOLITIQUE: Recordando "Platero y Yo" ....Juan Ramón Jiménez

  Na minha tenra idade escutava os poemas de “ Platero y yo” , com uma avidez e candura própria da inocente e singela juventude, que era o ...