1) Se eu falar com um cidadão francês acerca do problema do euro, ele dir-me-á que é necessário desvalorizar o euro. O que é natural, para se conseguir exportar mais.
Se pudesse seguir esta lógica, os gregos com uma desvalorização do euro (com uma valorização de 1.4 em relação ao dólar) em 0,034%, teriam uma solução para os seus problemas, embora tenham de fazer os ajustamentos devido às suas contas de uma economia paralela. Portanto, aplicando esta lógica do senso comum, a desvalorização do euro seria a seguinte:
- Grécia – 0,034%
- Espanha – 0,168% (12% da economia europeia)
- Itália – 0,21% (15% da economia europeia)
- Portugal 0,021%
Mas, a "geometria variável do euro" não obedece a esta lógica do senso comum, nem obedece à fundamentação da criação do euro como autêntica moeda no mundo global.
O “euro” foi criado para consumo interno das mercadorias europeias. Aliás, ainda ninguém fundamentou os princípios críticos dos economistas americanos em relação ao euro.
O euro foi criado como “moeda interna” no espaço das mercadorias internas da Europa. O euro como “moeda externa” no mundo global da economia está a dar os problemas que se evidenciam. Quer dizer o “euro” funcionou ou funciona bem dentro da Europa, mas em relação ao mundo global funciona mal, obrigando certos países autenticamente à falência. Não funciona como “moeda de conjunto”, mas como “moeda parcelar”.
2) Se eu tivesse a oportunidade de falar com o Presidente desse cidadão comum francês, ele dir-me-á que a desvalorização do euro afecta por demais os negócios da “Airbus”. ("Je sais qu'un cêntime!...")
Portanto, não convém desvalorizar o euro, e toda a lógica do cidadão comum francês está errada. Abreviando, o “euro” serve para as grandes empresas europeias, mas não serve para o cidadão comum. Não se pode desvalorizar o euro, porque não é “moeda de conjunto”, mas “moeda parcelar” destas grandes empresas.
3) O “euro protestante” não se concilia com o “euro católico”. Os católicos nunca souberam lidar com o dinheiro, para ir de encontro à tese de Max Weber. A lógica protestante sempre soube tirar proveito do uso do dinheiro, os outros do seu abuso, mal uso ou desperdiço.
Portanto, no euro – moeda europeia – não se mexe, não sofre impactos de economias menores, porque a lógica que impera é das “grandes empresas europeias”. Os pequenos países que se desenrasquem.
4) Apliquemos esta exemplificação a Portugal. Como cidadão normalizado da sociedade portuguesa estou sujeito a uma aplicação de 30% do meu ordenado, quando segundo a desvalorização do “euro” estaria na obrigatoriedade entre 1 a 5%. Convenhamos que esta diferença é colossal, sobretudo para milhares de portugueses!...
Conclusão:
Quem manda, não são os políticos, são as grandes empresas e os grandes sistemas económicos (quer europeus, quer outros).
Quando não existe uma “ética global nos mercados mundiais”, em que a “economia paralela” e a “economia paralela do crime” prevalecem, todos os sistemas nacionais e internacionais andam à deriva neste mundo da globalização.
O “euro protestante” e o “euro católico” parecem confirmar a velha tese de Max Weber.Os protestantes continuarão a enriquecer, enquanto os católicos perdurarão a empobrecer.
Será que o euro serve os Estados da Europa?!...
P.S. Que política dos "eurobonds" e que "Tratado Europeu"?!...
Complemente este artigo com a 2.ª e 3.ª página do jornal "Público" (26-09-2011), posterior a este tipo de ensaio.
Se pudesse seguir esta lógica, os gregos com uma desvalorização do euro (com uma valorização de 1.4 em relação ao dólar) em 0,034%, teriam uma solução para os seus problemas, embora tenham de fazer os ajustamentos devido às suas contas de uma economia paralela. Portanto, aplicando esta lógica do senso comum, a desvalorização do euro seria a seguinte:
- Grécia – 0,034%
- Espanha – 0,168% (12% da economia europeia)
- Itália – 0,21% (15% da economia europeia)
- Portugal 0,021%
Mas, a "geometria variável do euro" não obedece a esta lógica do senso comum, nem obedece à fundamentação da criação do euro como autêntica moeda no mundo global.
O “euro” foi criado para consumo interno das mercadorias europeias. Aliás, ainda ninguém fundamentou os princípios críticos dos economistas americanos em relação ao euro.
O euro foi criado como “moeda interna” no espaço das mercadorias internas da Europa. O euro como “moeda externa” no mundo global da economia está a dar os problemas que se evidenciam. Quer dizer o “euro” funcionou ou funciona bem dentro da Europa, mas em relação ao mundo global funciona mal, obrigando certos países autenticamente à falência. Não funciona como “moeda de conjunto”, mas como “moeda parcelar”.
2) Se eu tivesse a oportunidade de falar com o Presidente desse cidadão comum francês, ele dir-me-á que a desvalorização do euro afecta por demais os negócios da “Airbus”. ("Je sais qu'un cêntime!...")
Portanto, não convém desvalorizar o euro, e toda a lógica do cidadão comum francês está errada. Abreviando, o “euro” serve para as grandes empresas europeias, mas não serve para o cidadão comum. Não se pode desvalorizar o euro, porque não é “moeda de conjunto”, mas “moeda parcelar” destas grandes empresas.
3) O “euro protestante” não se concilia com o “euro católico”. Os católicos nunca souberam lidar com o dinheiro, para ir de encontro à tese de Max Weber. A lógica protestante sempre soube tirar proveito do uso do dinheiro, os outros do seu abuso, mal uso ou desperdiço.
Portanto, no euro – moeda europeia – não se mexe, não sofre impactos de economias menores, porque a lógica que impera é das “grandes empresas europeias”. Os pequenos países que se desenrasquem.
4) Apliquemos esta exemplificação a Portugal. Como cidadão normalizado da sociedade portuguesa estou sujeito a uma aplicação de 30% do meu ordenado, quando segundo a desvalorização do “euro” estaria na obrigatoriedade entre 1 a 5%. Convenhamos que esta diferença é colossal, sobretudo para milhares de portugueses!...
Conclusão:
Quem manda, não são os políticos, são as grandes empresas e os grandes sistemas económicos (quer europeus, quer outros).
Quando não existe uma “ética global nos mercados mundiais”, em que a “economia paralela” e a “economia paralela do crime” prevalecem, todos os sistemas nacionais e internacionais andam à deriva neste mundo da globalização.
O “euro protestante” e o “euro católico” parecem confirmar a velha tese de Max Weber.Os protestantes continuarão a enriquecer, enquanto os católicos perdurarão a empobrecer.
Será que o euro serve os Estados da Europa?!...
P.S. Que política dos "eurobonds" e que "Tratado Europeu"?!...
Complemente este artigo com a 2.ª e 3.ª página do jornal "Público" (26-09-2011), posterior a este tipo de ensaio.