Na entrevista a José Sócrates,
José Rodrigues dos Santos lamentava o pedido de 50 mil milhões de euros , que
Manuel Valls exigia aos contribuintes franceses.
Dadas as garantias que havia um
novo “bolo” a esmifrar logo os mercados se sentiram um pouco confortados, e,
talvez, saciados na sua avidez, fazendo que os heróicos espanhóis conseguissem
empréstimos ao nível dos USA, ou seja, a menos de 3% em 10 anos.
Aquilo que, à primeira vista,
parecia uma catástrofe, torna-se num
lenitivo de esperança para outros. Porventura, estes suaves ventos acariciem as
águas turbulentas portuguesas, a longo prazo..
Quem redige estas linhas, pouco percebe de economia: e,
nem é nenhum “agente político”, mas sempre contestou a exorbitância de juros e lucros, esmifrados à catadupa ou
guilhotina nas cabeças inocentes.
Mas a ameaça da “guilhotina” em França, em que novos mártires
se erguem com mãos piedosas, fez com que os encapotados “carrascos” olhassem com certa piedade para os
seus mártires.
Do martírio e das cruzes salvou-se a “gana” espanhola, dando
aos bancos o prejuízo que lhes era devido, salvaguardando a sua autonomia e soberania. Aliás, certos europeus
não temem a “fúria espanhola”, mas receiam o seu impacto, numa palavra “Espanha
c’est Spain”.
«La pétite économie portugaise », como dizem os franceses,
ficará amordaçada por longos anos da ditadura económica, sem autonomia política,
social e humana.
A guilhotina continuará a pairar sobre as cabeças portuguesas até que surja
o “dia da libertação”.