No ano de 1884, em que foi inventado o telégrafo, Soren
Kierkegaard publicou o seu livro “Conceito
de Angústia”. Se as notícias passaram a circular muito mais rapidamente, com a
Internet ainda mais. Mas à infinitude de notícias da imprensa escrita e
audiovisual, e, também das “redes sociais”, que a Internet possibilita,
juntou-se uma panóplia de angústias que preenche o ser humano:
Se Johannes Gutenberg marcou a imprensa escrita, por volta
do ano 1439, Alexander Bell com a invenção do telégrafo eléctrico, em 1884, é o
percursor da suprema mudança que é Internet.
Todavia, a esta pretensa ubiquidade, facilidade e rapidez de
informação e comunicação, reaparece um espaço de angústia, que inunda, por
vezes, o ser humano. Subitamente, irrompem as imagens em profusão:
A tela angústia .......A tela política......................A
tela da violência
A tela horror .........A tela da
opinião.......................A tela educativa
A tela musical.........A tela demagógica...................A
tela medicinal
A tela estética..............A tela
democrática............A tela informativa
A tela erótica.................A tela
falaciosa.......................A tela lúdica
A tela pornográfica.......A tela do
exibicionismo....A tela subliminar
A tela desportiva.........A tela
publicitária....................A tela do ócio
A tela infantil........A tela do divertimento.............A tela
da emoção
A tela do encontro.......A tela da
passividade.......... A tela do
sono
A tela do aborrecimento ......A tela do zapping........A tela do sonho.
Um conjunto de paletas coloridas, negras, alegres e tristes
que inundam os ouvintes ou espectadores, no mundo da informação e comunicação.
Longe desta panóplia de factos e acontecimentos estava o
filósofo dinamarquês, lutador e iniciador do existencialismo, no qual muitas
existências navegam à procuram de um rumo, de um sentido, de uma existência, de
um sonho, de um Deus, de um infinito dentro da sua finitude.
Juntamente
com a imagem, a escrita, os factos, as notícias e os acontecimentos reaparecem
quatro tipos de imprensa, para relembrar Gutenberg:
A imprensa “branca”,
embora escrita com letra preta, pretende relatar a realidade dos factos com
credibilidade, profissionalismo, exactidão e verdade. Que, sem “imprimatur” luta pela sua credibilidade e se afirma como quarto poder.
Nela se procuram afirmar os “jornais de marca”, ao
profissionais do jornalismo e os escritores, e, os homens de bom senso. .
A imprensa “negra”,
baseada na chamada “crónica negra”, que explora as profundezas da criminalidade
difusa, oculta ou manifesta, despertando uma certa morbidez e encanto nos seus
leitores.Nela mergulham os ávidos do crime, da injúria e da miséria
do ser humano, que se alastra com uma espécie de “lei da vida”.
A imprensa “cor de rosa””,
a chamada imprensa frívola que pretende relatar a chamada “socioality”, do
glâmour, com mérito ou ambição de serem “famosos”, (com ou sem posses),
repleta de fofoquices, onde se enredam certos e pretensos “Vip’s e determinadas “flores!...”, que despertam o
sonho e a utopia nos seus leitores.
A imprensa “amarela”, cuja especialidade demanda os
escândalos, a malícia, a alcovitice, e, a
frivolidade; e, que se apoia, sobretudo, na violação da privacidade
alheia. Resvala e aponta o voyeurismo; ou, como, muito bem diz Umberto Eco : as
“máquinas de lavar”.