Vilanculos, estância turística moçambicana, fica perto de Inhassoro, onde recentemente foram extraídos 236 mil barris de petróleo. O famoso gaz de Pande remota ao tempo de Salazar, célebre pelas suas queimadas naturais. Todavia, apesar desta dádiva natural, exposta ao tempo e às contingências do seu desleixo, nunca, potencialmente, poderia ombrear com as descobertas da bacia do Rovuma, onde se presume que existam 200 mil milhões de pés cúbicos de gás natural. Na breve passagem por Vilanculos eram visíveis os tubos do gasoduto em construção, que liga esta região de Inhambane, cujo centro de processamento, em Temane, fornece a África do Sul; e, por inerência logística, também abastece a cidade de Maputo. Portanto, desde 2013, que o grupo sul-africano “Sasol Petroleum International” explora os dois jazigos de Pande e Temane, apesar da dependência logística da cidade de Maputo desta ligação. Este, ainda, primeiro gasoduto desemboca em Komatiport, célebre fronteira e estação ferroviária/electrificada, sul-africana.
Todavia este empreendimento, certamente,
será ultrapassado por um novo gasoduto, no valor de 6.000 milhões de dólares,
que o grupo “SacOil Holdings” quer implementar entre a província de Cabo
Delgado e os países vizinhos de Moçambique, entre eles Zimbabwe, Zâmbia, Malawei
e Botsuana, e, naturalmente, a África do Sul.
O país, mais ocidental do Sudoeste
Africano procura abastecer-se de energia, quer a nível eléctrico, quer a nível
de gás, através do seu vizinho Moçambique, rico em recursos naturais, que podem
fazer funcionar a indústria mais desenvolvida de África, que detém 10% da
economia da totalidade da riqueza africana.
Se as modernas construções
habitacionais avançam na cidade de
Maputo, sem dúvida, que as potencialidades do gás moçambicano são um factor
decisivo para o desenvolvimento da sua própria economia, como também, para o círculo
de vizinhos que rodeiam este país.