Na ausência de uma autêntica “política externa europeia”, a tricefalia do Mundo Ocidental, composta pela Alemanha (capital industrial), pela Inglaterra (capital financeira), e, pela França (capital comercial) emitiram um “comunicado conjunto” sobre os acontecimentos do Norte de África.
Os restantes países da Comunidade Europeia, de fraca influência comercial, financeira e industrial, aguardam que os diversos gabinetes inter-ministeriais encontram os pontos de referência para um sadio reencontro, dada a vacatura de uma chefia nos “Negócios Estrangeiros” da Europa.
Certos analistas colocam a Tunísia como um “duro teste” à sua primeira parceira económica, social e humana, isto é, a França diplomática.
Do mesmo modo, se estende a ousadia e influência, colocando-se como “teste” da política americana a sua relação com o Egipto, dado que 84 milhões de habitantes pesam na cena internacional..
Se por um mero exercício hipotético, político e peninsular, Gibraltar voltar para Espanha, e, Ceuta voltar para Marrocos, teríamos o teste seguinte à política externa espanhola.
Mas o duro rochedo de Gibraltar , paraíso fiscal da capital financeira, reserva-se como bastião da intriga marroquina.
Todavia a convulsão do “mundo árabe” ainda não encontrou o ponto de “ebulição” necessário e suficiente de uma autêntica “revolução política”, mas certamente para lá caminha; e, tudo isto, será um factor de tempo.
Ora, entrementes, quedaria o teste à política externa portuguesa, já que o célebre “Mare Nostrum” não se tornará tão cedo no sonho romano de Sarkozy.
Se, a Europa ainda não encontrou a necessária estabilidade económica e política, o sonho do “Mare est nostrum” é totalmente uma utopia, apesar de um certo desejo e afirmação da “potência nuclear média”, como é o caso da França.
O “teste” à “política externa portuguesa” parece uma arte e artimanha de submarino. Navegar nas águas conturbadas das calmas águas do Mediterrâneo, com uma visão de periscópio, ou seja, levantar cabeça no teatro de operacionalização dos conflitos, com olhar sereno, e, ao redor da sua periferia, sem ser totalmente periférico.
Entrincheirados nas águas do Atlântico, a observação do periscópio é essencial na movimentação dos acontecimentos da “turbulência”.
Colocar qualquer país do Norte de África como teste à sua capacidade de “política externa lusa” seria, sem dúvida, um desafio à Alcaçer-Quibir.
Por isso, recomenda-se a técnica do periscópio, que é um acessório fundamental na navegação em submarinos, usada para captar imagens acima de águas do Oceano Atlântico; sobretudo, para observar qualquer movimento inimigo, dentro das zonas dos Açores e da Madeira, já que a cobiça de tal "jardim" já foi expressa por "ambições do mundo muçulmano".