Ainda o gás russo não tinha chega ao centro da Europa, já certos jornalistas franceses levantam a sua voz contra esta dependência energética. “Tudo bem, mas...”
Esta crítica declarada em “viva voz” veio posteriormente a reflectir-se na problemática do fornecimento do gás russo a vários países.
Todavia, na Península Ibérica, dado a sua distância da Rússia, colocam-se outros problemas e objectivos totalmente diferentes.
A companhia espanhola Endesa, controlada em 70.1% pela italiana Enel, decidiu exclusivamente distribuir os seus lucros pelos seus accionistas, durante os anos de 2015 a 2019. Além disso, planeia aumentar a sua quota de gás em Portugal. Com 1,2 milhões de clientes em gás, e, 12,6 milhões na energia eléctrica, os seus planos de expansão passam pelo gás, tanto em Portugal, como em França.
Mas, é a relação com França e com o Centro da Europa, onde se situam os maiores obstáculos de expansão da energia eléctrica espanhola e portuguesa.
Segundo a Comunidade Europeia, o "intercâmbio obrigatório da energia" implica trocas na ordem dos 10% dos seus volumes.
Acontece, que a actual rede de interligação internacional somente atinge os 4% na sua estrutura física, vulgarmente, chamada de rede.
Este obstáculo e deficiência não só atinge a rede eléctrica espanhola, como todo o potencial eólico e eléctrico de Portugal; sobretudo, quando tem os seus ciclos de expansão.
Por isso, urge ultrapassar estes obstáculos de ordem física, ou, estrutural, para que a rede eléctrica internacional se afaste cada vez mais da dependência russa.