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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

EURO POLITQUE. 311 - Ó (R)Elvas, Ó ®Elvas, Brasil à vista!....



O ataque desferido contra as “câmaras devedoras” por causa da celebração do Carnaval visa acabar com a tradição portuguesa desta festa mundana e pagã.


Em velhos tempos, “tempos de exame”, um célebre professor de origem polaca, evocava Nietzsche com a sua “transmutação de valores” na radicalização desta festa no Brasil, em referência às suas origens lusas.

Em tempos taciturnos em que a escravização relembra também os velhos tempos romanos, “pão e circo” constituíam um lenitivo ao trabalho das classes desfavorecidas pelo Império.

Apesar da sacrossanta tradição católica portuguesa não “morrer de amores” por tal tradição, ela ressurge como o “destampar da panela” que o povo carece para gáudio da sua folia. E nesta pequena e saudável folia e “mania” (loucura, roubada aos deuses) desencanta-se o inconsciente popular em mera crítica rocambolesca de gigantes sátiros, relembrando as bacantes de Dioniso. Até aqui os emigrantes estrangeiros enaltecem o colorido musical, imagem pálida de um Brasil multicor e ofegante.

Enquanto que em terras angolanas, o Chefe de Estado considerou que “são iniciativas desta natureza que contribuem, de facto, para o reforço dos laços de amizade e de cooperação existentes entre os povos de Angola e do Brasil”, em Portugal retrocede-se no velho arquétipo de um país cinzento.

Se o poder se mantém adverso a estes folguedos, que pelo menos as câmaras continuem a beneficiar da “tolerância de ponto”, já que um povo não vive única e exclusivamente do trabalho, mas também das alegrias das arenas, e do espectáculo que inebria os seus sentimentos.

O carnaval faz parte da língua portuguesa, e a língua é a nossa pátria nas suas diversas latitudes.

EURO POLITIQUE 310 - "KUBANGO E SOGRAPE"





O recente anúncio da Sogrape de iniciar uma possível produção vinícola em Angola, certamente lá para as chamadas “terras do fim do mundo", com grande aptidão agrícola para estas implantações, vem confirmar as potencialidades do território angolano.


A recente entrada de capital chinês em algumas empresas portuguesas deveria criar “músculo” suficiente para que os projectos em Angola e Moçambique adquirissem um desenvolvimento suplementar das próprias empresas e da sua implementação nesses países.

O investimento português entre 2006 e 2010 situa-se na ordem dos 1,4 mil milhões de dólares, contrariamente ao angolano na ordem dos 2 mil milhões de dólares, em que o fluxo imigratório luso não se encontra especificado nos seus vários universos. Sociologicamente seria interessante uma caracterização dos emigrantes em Angola. A nível da educação e do ensino, certamente que as expectativas criadas estão longe da sua realização.

O esforço angolano na criação de escolas tem de criar objectivos de exigência e consciencialização em que os professores ensinem e os alunos aprendam, exorcizando a ideia de simples profissionais pagos, obviamente, pelo Estado.

A cooperação angolana com outros países do mundo asiático faz com que seja possível construir casa a 6.000 dólares, em oposição ao super luxo dos apartamentos de quinhentos mil e dois milhões de dólares.

Apesar do ministro angolano Georges Chikoti afirmar que se “o dinheiro não vier para Portugal vai para outro lado” certamente que o intercâmbio entre portugueses pode facilitar o incremento de emancipação e afirmação das empresas angolanas se os fluxos imigratórios obedecerem a critérios de uma mão de obra mais qualificada que facilmente se pode encontrar em Portugal.

Todavia não é só movimento de capitais que deve estar na ordem do dia, mas também uma abertura para uma emigração de qualidade, sociologicamente referenciada. Aqui, as autoridades angolanas devem manifestar um sinal de mais abertura aos novos tempos da globalização.

EUROPOLITIQUE: Recordando "Platero y Yo" ....Juan Ramón Jiménez

  Na minha tenra idade escutava os poemas de “ Platero y yo” , com uma avidez e candura própria da inocente e singela juventude, que era o ...