Infelizmente temos implantado no coração da Europa um país que não reluz como farol que orienta os ideais da Europa, aliás, sem descer à pequena mentalidade “cigana” que corrói o imediatismo social, político e informativo, cuja base é de origem provinciana.
(Os jornalistas franceses costumam
dizer: “na província tudo acontece...”). Este obscurantismo de
origem ideológica e religiosa contrasta com a pragmática germânica, revoltada
em si mesma contra a supremacia de um certo poder, cujas origens remontam a
Lutero. Os laivos da história permanecem escondidos na mentalidade francesa ou
alemã, e as teses de Max Weber mantêm a sua constância. A evocação de um Deus
deixou de ser apanágio alemão para centrar e centralizar todas as suas forças
na sua base antropológica.
Esta nebulosa intelectual, moral
e política francesa está corroída pela “paixão germânica”. Uma paixão telúrica
que arranca forças do seu mais recôndito âmago. Força instintiva e racional,
material e fabricadora que alia o “homo sapiens” ao homo faber”, exibindo-se
tecnologicamente nos seus objectos de atracção mundial. À sofisticação francesa
que rara e escassamente se manifesta, surge a tenacidade germânica que galopa
do mais escondido elemento ao mais reluzente objecto de sedução. Se, o campo
militar lhe escapa, somente a imposição histórica diminuiu o as sua supremacia
tecnológica. A “alegre” tecnologia francesa debate-se com a persistente
tenacidade alemã que continua, historicamente,
a marcar desde a era do carvão à era do carbono.
Certamente que os países do Sul, alegres satélites da influência
francesa, criaram a ilusão de uma
“alegre Europa”, rica de ideias e património, que no mundo da globalização não
encontra as forças da sua intrusão. Ideologicamente divida em si mesma, a sua
inscrição no mundo da globalização rodopia ao encontro de escolhos que não lhe
permitem a sua navegação, sobretudo quando os mestres do comando da embarcação
não encontram as linhas da sua progressão.