Nos velhos tempos da
“Angola agrícola” contavam-se em cabaças a cabeças de gado, segundo consta a tradição. Os grãos de milho
contabilizavam os rebanhos que se estendiam pelas suas pradarias, bosques
ou savanas.
Hoje, são as ditas
“fazendas”, cuja origem se deve aos portugueses, as quais recebem acordos com empresários brasileiros para devolver o
esplendor e abundância de carne, com o beneplácito da esfera governamental,
numa economia de cariz planificada.
O Brasil tem um
tradição exportadora de carne que se situa em 500 vendedores certificados; por
isso, o acordo de 2015 estabelecido nas terras do Cuando Cubango com 40
fazendas e uma área de 200.000 hectares, ainda não começou a dar frutos, ainda
que recentemente o Banco Mundial tenha disponibilizado 230 milhões de dólares
em apoios agrícolas.
Angola importa, nada
menos, de 600 milhões de dólares em carne, a cujos gastos se ajusta um
investimento de 571,9 milhões de dólares, para quedar-se nos 20% das suas
importações.
Apesar dos apoios do
Banco Mundial, Angola ficará a 50% dos seus objectivos programados, se o
dinheiro for efectivamente investido.
O preço da carne em
Angola atinge valores que são o oposto da abundância e fartura brasileira, de
cujo expoente surge a “picanha”, espalhada pelos diversos rodízios e
restaurantes; tornando-se no maior exportador mundial de carne.
As potencialidades agrícolas em Angola, com a sua rica bacia
hidrográfica, reúnem condições únicas para a exploração da criação bovina.
Apesar dos roubos, da adaptação de raças aos seus solos, das intempéries e das
doenças, urge que Angola retome os “velhos tempos” em que as cabaças sejam
substituídas por uma moderna comercialização da indústria da carne, numa
economia de mercado aberto à produção nacional e à exportação internacional.