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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

"Angola não é a Europa" - Correio da Manhã

Este aviso de certas autoridades policiais portuguesas vem a propósito de um recente artigo do Correio da Manha (10-09-2012), sobre a insegurança de certas mulheres lusas em Angola. “Angola não é a Europa”, como “os argentinos não são europeus”, mas no domínio dos preconceitos e estereótipos, a sociologia social sofre dos mesmos defeitos. “O sonho de alguns africanos passa por ter uma secretária branca”, tal como o racismo e a xenofobia se disfarça na violência e na revolta do antigo país colonizador e colonizado. Todavia, as últimas eleições foram apontadas como um exemplo de civismo, ao estilo das melhores democracias, como também a sua abstenção a rondar os 40% se aproxima do país europeu em causa, apesar daquilo que alguna consideram ao estilo e conceito de "democracia musculada". Se os 150.000 portugueses residentes em Angola são alvo de alguns ataques, com mais de 6 mortes este ano, e outras tantas atrocidades, o crescimento de Luanda, em moldes capitalistas, arrasta todo um conjunto de marginalidade, que revela os péssimos sintomas citadinos europeus, ou, os sociais modelos desprezíveis brasileiros. “Angola não é a Europa”, como a “Europa não é Angola”, com a potencialidade das suas riquezas, os seus desejos de desenvolvimento e as suas lacunas sociais. É na contradição desta dialéctica negativa que reaparece o motor e movimento da sua possível história, se elementos nocivos não atraiçorem o seu destino. Até que ponto os elementos destas contradições são capazes de construir as pontes de um desenvolvimento humano e relacionamento entre povos? Na sua essência o espírito dos seres humanos, sejam eles angolanos ou portugueses, repousam nos laços de fraternidade. Por isso, urge que os angolanos compreendam os portugueses, como os portugueses devem compreender os angolanos. Os princípios de cooperação não podem ser mantidos unicamente pelas forças policiais ou governamentais, mas por uma sabedoria mais profunda e intensa dos dois lados da fronteira, se fronteira existe.

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