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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

EUROPOLITIQUE: "A Chave de Salomão" de J.S.Rodrigues et le "pinceau electronique".

Encontro-me no segundo andar, onde José Rodrigues dos Santos assomava à janela do rés-do-chão. Não com qualquer manuscrito na mão, mas com um aceno de saudação, já que o múnus de escritor ainda, presumo, não tinha despontado. E, desta pequeno alto, com o verde nos pinheiros no horizonte, deleito-me com a leitura do seu livro “A Chave de Salomão”, que ainda não terminei na sua leitura. Confesso, que a nível literário não me seduz muito, o estilo e a narrativa, sobretudo o ínicio da obra. Todavia, a parte final do capítulo XXXI, página 249, em que “o real cria a consciência e a consciência cria o real” remete-me para o filósofo Hegel que quase dizia o seguinte: “todo o real é racional e todo o racional é real”.
Claro que não quero imiscuir-me nestas lutas filosóficas entre Kierkegaard e Hegel que me arrastariam para as tais “propriedades emergentes”, tão do gosto e agrado de José Rodrigues dos Santos. Porque, se Hegel é extremamente racionalista, já Kierkegaard é extremamente subjectivista; por isso, relego, para as calendas gregas,  qualquer tipo de objectivismo ou sujectivismo estético: "a beleza está nas coisas, ou, a beleza está nos olhos de quem a vê".
“É a nossa consciência que cria parcialmente a realidade...” (pg.248), tal como quando vemos televisão e o próprio Rodrigues dos Santos; compomos e recompomos (criámos) a sua imagem como observadores televisivos. A matéria/energia enviada pelos feixes hertzianos, somente é possível quando  o olho humano se predispõe à sua observação. Por isso, como jornalista de televisão, esperamos ter qualquer uma obra dentro desta temática.
Oxalá o “pinceau electronique” de José Rodrigues dos Santos se deixe conduzir pela vias do audiovisual, pelas suas interacções, e sobretudo, pelo seu público de origem portuguesa.   

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