
HÁ OUTRA LINHA!...
“Le Parisien Liberé” português, ou seja, o « o Correio da Manhã” publica, timidamente, um pequeno título, nas páginas intermédias, em que titula “Jornal de Angola ataca o País”. Relembrando a velha imitação de tal matutino, e recordando certos actores angolanos, melhor seria construir o seguinte título: “Angola ataca a Sorbonne”, mas já vão alguns anos de fase estudantil.
Ora, o País com 10,5 milhões de portugueses no seu solo, mas a cuja identidade devem pertencer 15 milhões, é muito mais que as ditas “elites” tão apregoadas pelo Jornal de Angola. Felizmente ou infelizmente estas elites estão muito próximas do PGR angolano.
Isto, para dizer, que Angola e Portugal são um caso paradigmático de relacionamento.
Para além de todo o contexto político e social, permanece uma vaga de fundo, no contexto angolano, que dificilmente pode ser traduzida pelos jornais, pelos governantes, quer nacional, quer internacionalmente, já que as expectativas na campo das riquezas e das pessoas são bastante ambiciosas.
E, quando se fala nas pessoas, nos seus direitos e deveres, nas suas ansiedades e frustrações, é claro que se clama pela justiça.
Qualquer sociedade sem justiça está condenada ao fracasso, embora, nos tempos modernos, nem sempre seja fácil impor a sua condição de existência.
Para além de toda a espuma levantada por qualquer suspeita, aquilo que se ambiciona é uma transparência de águas, para fugir às “águas turvas” que podem ofuscar a sua nitidez.
Por isso, o “Correio da Manhã”, no seu tom de panfleto, faria melhor colocar uma foto de Jonas Savimbi, com o seu bastão e ladeado de dois “stuarts”, na cidade de Lisboa, já que “Angola ataca Paris”.