Junto ao hotel, onde
pernoitávamos, corria um pequeno ribeiro de água para o mar, na ilha da
Madeira. Fiquei fascinado pela riqueza natural desta ilha.
A abundância de água contrastava
com a secura que irradia a ilha de Porto Santo.
Para lá fomos no “Lobo Marinho”
que faz a escala diária entre estas duas ilhas.
O aeroporto de Porto Santo
permanecia no meio do deserto desta ilha, como símbolo de emergência de
qualquer temporal, com a sua pista que fazia relembrar uma linha no horizonte
de uma costa a outra.
Se a escassez de água é uma
constante na ilha de Porto Santo, já a secura e falta de terra arável é um
obstáculo, que se vence com a “paciência de chinês”.
Em pleno mar de rochedos, os
chineses têm edificado autênticas bases militares, que são alimentadas pela
grande metrópole.
O “Lobo Marinho”, que saiu das
verdes "terras minhotas", tem capacidades subaproveitadas, que diariamente bem podem
transporte um contentor de terra arável por cada viagem que faz.
Efectivamente, a verdura da ilha
da Madeira contrasta com a secura da ilha de Porto, ainda que o casario de
habitações ou pequenos hotéis dêem uma miragem que não estamos num deserto,
sobretudo para quem sobe ao seu pico mais alto.
Um "contentor de terra arável" por cada viagem no “Lobo Marinho” não torna
verde Porto Santo, mas alivia a sua secura.