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sábado, 10 de abril de 2010

EURO POLITIQUE.14

Sempre que queria trabalhar, pediam-me o número de Segurança Social, e, os descontos eram realizados religiosamente.


Ora, acontece que num feudo de administração portuguesa, as coisas eram diferentes.

Durante muitos anos, os trabalhadores consulares não descontavam para a Segurança Social. E, quando se indaga se , por acaso, aí trabalharam, obtinha-se a resposta que não havia registos.

No ano do 25 de Abril de 74, já parecia mal, não fazer descontos para a Segurança Social.. Então, encontrou-se uma Caixa de Previdência qualquer, sem ser a “oficializada Segurança Francesa”, onde o número atribuído aos funcionários passava de mão em mão. Quer dizer, quando os serviços da Segurança Francesa começaram a indagar os ditos descontos efectuados, o tal número sumiu.

A única possibilidade encontrada, foi pagar a expensas pessoais, o privilégio de ter trabalhado em tais instâncias!....

É evidente que aqui a Europa passou mesmo ao lado, porque seria inglório imiscuir-se ou assaltar uma embaixada estrangeira, facto que talvez tenhamos evitado!....

Neste tempo, uma empresa portuguesa fazia e realizava os seus descontos, dos quais temos registo. Todavia o Estado dava-se ao luxo de não cumprir tais deveres, nem dar direitos aos seus trabalhadores. Alguém me dizia: “Quer melhor patrão que o Estado”?

Ora, adepto confesso da filosofia de Hegel sempre acreditei na bondade deste sistema filosófico e político. Todavia mantinha-me bem longe desta engrenagem diplomática, e de serviços de “manga de alpaca”.

Este inconformismo criou-me alguns dissabores!...

Aqui, recordei-me do opositor de Hegel: "Que me interessa conhecer todo o sistema se me perdo nele".

Apesar de todas as oportunidades e benesses recebidas num país estrangeiro, neste caso concreto, tenho bem vincado que a Europa passou-nos ao lado!....

EURO POLITIQUE.13

A EUROPA PASSA-NOS AO LADO!...


Os europeus costumavam dizer que para além dos Pirinéus aquilo é Africa.


Então coloquemos dois exemplos: de África e de França

Enquanto que um português, que trabalhou para o Estado luso, com uma carreira contributiva de “histórico” (quer dizer que o Estado nunca descontou, faz certos finais...), e outro cidadão europeu que capitalizou os seus descontos para a Segurança Social Francesa tem a módica quantia de 12 euros mensais; o lusitano regressado das províncias ultramarinas recebe mais de 100 euros mensais, ambos com igual tempo de descontos.

Ou seja, um compelido, refractário ou desertor político recebe menos 90% dos seus descontos sociais, porque discordou do antigo regime.

Qual a razão?

Em França, apesar do capital existente e real, susceptível de demonstração, esses poucos anos são divididos pela totalidade da carreira contributiva francesa. Claro que existem acordos, leis, normas e regras comunitárias, mas na prática o resultado é de 12 euros.

Alvitram alguns, que se deve ter em conta a totalidade contributiva do cidadão europeu.

Como fazer?

A questão permanece em aberto, e, até hoje nunca foi clarificada..

A Europa da sociedade civil parece permanecer alheia à Europa da sociedade política.

Leis e acordos existem, mas na prática as situações complicam-se.

A dita Europa culta e civilizada, que enriqueceu à custa dos trabalhadores do Sul da Europa continua fechada nos seus pergaminhos.

Quantos cidadãos europeus do Sul contribuiram para os sistemas de Segurança Europeia, e, se encontram defraudados nos seus direitos?

Quantos cidadãos europeus desconhecem os seus direitos cívicos junto dessas instâncias ou instituições?

A quanto cidadãos europeus é vedado o acesso esclarecedor da sua carreira contributiva?

Numa Europa política, a sociedade civil europeia continua a ver a Europa passar-nos ao lado!...

EURO POLITIQUE.12

A EUROPA PASSA-NOS AO LADO....



A Europa passa-nos ao lado, porque na sociedade civil, os seus cidadãos não tem o direito de escolher os serviços de saúde que desejam.


Os “valencianos” (Valença do Minho) exibiram bandeiras espanholas, esgrimiram o Cartão de Saúde Europeu, mas estão condenados ao Serviço de Segurança Social Portuguesa.

Tudo isto, vem a propósito de alguém com limitados recursos económicos, que optou por recorrer aos serviços de uma clínica especializada em Barcelona, quando os serviços em Portugal eram limitados, ou pouco, eficientes. Claro que é difícil admitir certas carências lusas, quanto mais prová-las!...

A situação de Valença do Minho, de manifestação popular, se calhar com várias razões, coaduna-se com esta situação particular.

A divergência entre a sociedade civil e a sociedade política manifesta-se nos casos mais singulares.

Mas não existem acordos trans-fronteiriços na U.E.?

Porque motivo alguém que gasta 16.000 euros em Espanha, com fracos recursos económicos, não tem direito a qualquer tipo de ajuda ou subsídio?

A Europa dos políticos pode funcionar mais ou menos, mas a Europa dos cidadãos funciona, por vezes, muito mal.

EURO POLITIQUE.11



A  Europa passa-nos ao lado, tal como Jacques Delors caminhava altivo no hall da faculdade de Assas, face a outros europeus.


A Europa política pouco transmite à sociedade civil europeia.

A consciência de ser europeu está bem longe do orgulho americano.

O vínculo económico do euro esmorece face à indolência política europeia.

Tudo isto vem a propósito da distribuição de cargos nas representações diplomáticas

Durão Barroso já impôs alguns personagens, tendo logo a reacção da antiga língua dos embaixadores.

Pouco se sabe dos conluios do programa e da organização diplomática europeia.

Uma certa fraqueza, talvez, advenha da própria comissária ou representante da política externa.

Atentos estão certos líderes desta indecisão e vão ditando as suas regras.

Se os falhanços advêm da sociedade política, porque é que a sociedade civil tem de suportar estas indecisões?

Porque é que os cidadãos europeus ficam retidos nos aeroportos, quando não são chamados os representantes desses mesmos infractores?

Porque é que os pequenos países têm de fazer um "jogo de cintura", recorrendo a expedientes pouco ortodoxos e diplomáticos?

A falta de clareza das regras da sociedade política, infelizmente recaiem sobre os indefesos da sociedade civil.
"E vós europeus" - indagava um americano.

EUROPOLITIQUE: Recordando "Platero y Yo" ....Juan Ramón Jiménez

  Na minha tenra idade escutava os poemas de “ Platero y yo” , com uma avidez e candura própria da inocente e singela juventude, que era o ...