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domingo, 7 de dezembro de 2014

EUROPOLITIQUE: As Empresas Angolanas e a Bolsa de Valores


A abertura das empresas angolanas ao mundo dos capitais, numa fase ainda incipiente de iniciação e formação, em que o papel do Estado é demasiado importante, carece de uma fundamentação sólida de evolução do desenvolvimento intrínseco à sua actividade.
O débil universo destas empresas que se encontram na fase de formação, ainda não atingirem o ponto de maturidade que dê confiança aos seus potenciais investidores, ainda que o seu horizonte se aponte como promissor.
É claro que passar de uma economia planificada, em que o Estado se assume com um papel essencial de protector, para uma economia de mercado, de livre concorrência e afirmação empresarial  implica uma gestão de autonomia no seu processo de desenvolvimento e consolidação.
Não haja dúvida que a segmentação industrial e empresarial em áreas como o petróleo, o gás, a electricidade, as águas, o saneamento, os transportes viários, ferroviários e aéreos,  e demais sectores susceptíveis de privatização implicam uma gestão adequada aos processos financeiros e bolsistas, sem que a tutela do Estado seja demasiado protectora ou sufocadora. Outro tipo de empresas como construção civil, bancos, indústria de diamantes e mármores, bebidas, serviços e informática serão susceptíveis de uma entrada imediata em bolsa.
A criação de autênticas empresas “de bandeira” ou com “insígnia nacional” necessitam de uma blindagem que as proteja dos ávidos interesses bolsistas. E, que, uma vez que estas empresas exibam um grau confortável de autonomia e independência não sejam objecto de pura especulação estrangeira, deixando órfão os interesses nacionais.
No mundo da globalização e da economia virtual, os interesses nacionais devem ser salvaguardados dos arrivistas especuladores, que subvertem quaisquer regras económicas para exibirem o puro lucro financeiro, sem respeito pelos trabalhadores ou das regiões em que se inserem.
Sem dúvida, que a passagem para o mundo do mercado e do funcionamento do capital é uma etapa que aguarda o contexto económico de Angola para se inserir na senda dos chamados países desenvolvidos. Todavia, o preço e êxito desta iniciativa depende das bases em que se alicerça esta formação que pretende correr riscos num mundo tão volátil, como é o mundo dos capitais. 

EUROPOLITIQUE: O Barril de petróleo na economia de Angola


Se a Arábia Saudita anuncia que mesmo que o barril de petróleo atinja os 60 dólares em nada afecta a sua economia, situação idêntica certamente causará grandes prejuízos ao funcionamento da economia angolana. Com uma economia dependente das receitas petrolíferas na ordem dos 80%, Angola certamente encontrará graves problemas económicos com a descida de petróleo, tendo em conta determinadas ambições a nível da criação da Bolsa de Valores.
A cotação das empresas angolanas, cujo universo já ultrapassa as 15 mil empresas, das quais muitas ainda se encontram numa fase de iniciação e formação, excepção feita à Sonangol, enfrentam sérios desafios de consolidação no sistema bolsista.
O sector primário, relacionado com a agricultura e agro-indústria carece de um grande impulso, quando infelizmente ainda prospera muita economia de subsistência e de mercado informal. Somente 30% dos produtos comercializados pelas grandes superfícies, que começam a proliferar em Angola, são de origem angolana.
Portanto, petróleo, formação de capital e produção são três campos de batalha que constituem uma encruzilhada para a economia angolana.
Além disso, a jovem população de Angola está a aumentar e coloca, não só, uma pressão muito forte no processo educativo e no mundo do trabalho, como também, no domínio do acesso aos recursos: habitação, alimentos, água e uso dos solos.
Passar pela experiência de visitar uma capital de um país africano, sem um único centro comercial, é sentir uma sensação de “era do vazio”. Felizmente, Angola caminha para o processo de integração das sociedades de consumo e bem-estar que caracteriza os países desenvolvidos. Após o incremento das superfícies sul-africanas, quer em Moçambique, quer em Angola, as iniciativas nacionais e estrangeiras começam a florescer dando origem a autênticos centros comerciais, mas cujos produtos são somente, ainda, na ordem dos 30%. Produção, inovação e comercialização constituem desafios superáveis que Angola tem de enfrentar para que a descida do barril de petróleo não cause grandes prejuízos na sua economia.

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  Na minha tenra idade escutava os poemas de “ Platero y yo” , com uma avidez e candura própria da inocente e singela juventude, que era o ...