Um dos países mais amorfos na questão da Líbia tem sido a China, apesar de comprar nada menos de 50% do petróleo deste país. A política chinesa em relação à África é sobretudo de interesses económicos, procurando não imiscuir-se nos assuntos políticos.
O peso relevante da China contrasta com os “chamados 50 países” convocados para Paris por um dos comandantes da Europa, na tentativa de ultrapassar a miscelânea europeia, quer no plano diplomático, quer noutros planos.
Falando em planos e planificação, até mesmo Angola tem vacilado nas suas relações diplomáticas com a Líbia.
O Brasil tem desenvolvido grandes negócios no território líbio. As suas empresas estão bem cotadas nestas terras, cujo solo também tem merecido as visitas de antigos sócios ou governantes. Além disso, o Brasil tem ensaiado uma espécie de “terceira via diplomática” que ainda não surtiu os seus efeitos. É quase um “balão de ensaio”, cuja tentativa visa demarcar-se das arrogantes pretensões diplomáticas de Hugo Chavez.
Entre o peso específico do Brasil em território da Líbia, e, o peso periclitante de Portugal tem havido uma balança favorável ao Brasil. Alias, Brasil é Brasil.
Todavia esta diferença real deve-se a uma falta de estratégias diplomáticas e económicas que não foram exploradas.
Os tempos não são de divisão entre irmãos. Todavia, no triângulo desta emergente lusofonia existem estratégias que merecem ser reconsideradas, quer para o nosso pequeno rectângulo, quer para outros congéneres, cujos progressos susceptíveis de cooperação merecem um digno registo.
Apesar de um Brasil ser um país emergente, grande e possante, não quer dizer que Portugal não possa, mas deva desenvolver o seu potencial de influência diplomática na conjugação dos seus interesses e de outros. E, com o Brasil, ainda melhor.