Algoritmo do Kadafi.25
Após reatamento com a Suíça, cujos contornos diplomáticos quedaram-se pouco elucidativos, a Líbia preparava-se para acolher uma nova embaixada.
Os dois leões do petróleo tendem a aproximar-se. Ou seja, a República de Angola prepara-se para abrir uma representação diplomática, junto deste país do Norte de África.
A aproximação ao espaço lusófono parece atrair uma certa diplomacia líbia.
Aliás, os donativos em relação à Guiné Bissau revelam laços de amizade, que ficam solidificados pela presença e tradição árabe.
Todavia a estratégia destas alianças permanece num certo limbo político.
As declarações são exíguas, e o seu contexto pouco revelador.
Os funcionários líbios, sob a batuta de Kadafi não se manifestam abertamente, tudo ficando num certo secretismo.
Aliás, a Líbia poderia ter um salutar relacionamento com Moçambique com trocas comerciais interessantes que não se desenvolveram.
Porventura, com a abertura da nova representação diplomática angolana, algo de novo possa surgir neste contexto internacional, e, também lusófono.
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sábado, 17 de julho de 2010
Milagre das finanças.4
O milagre das finanças. 4
Contra certos "técnicos das finanças", sou adepto que todos os contribuintes devem pagar, ainda que se invocam razões de custo burocrático.
Recebi a notícia de uma “alegre isenção”.
Ora, eu sou adepto que eu devo pagar.
Não quero roubar o Estado, nem que o Estado me roube.
Eis, aqui o problema.
Por linhas travessas, demarca-se uma área de superfície dez vezes menos da real.
A bonomia fiscal contrasta com a realidade.
Se todos os contribuintes com “registo predial” pagassem o que deveriam pagar efectivamente em todo o território nacional, estaríamos bem melhor.
Ora, acontece que a faixa marítima continua a ser sacrificada em benefício de outras zonas do país.
Qualquer contribuinte nesta zona não pode exibir a jactância de outros, que orgulhosamente se vangloriam de não pagar, ou, pagar pouco.
Gosto pouco de benesses, quando elas servem para menosprezar contribuintes que procurem ter uma certa "consciência cívica e fiscal".
Portanto, levanta-se, dentro de mim, uma certa repugnância contra este pretenso, fictício, e, irreal “milagre das finanças”.
Contra certos "técnicos das finanças", sou adepto que todos os contribuintes devem pagar, ainda que se invocam razões de custo burocrático.
Recebi a notícia de uma “alegre isenção”.
Ora, eu sou adepto que eu devo pagar.
Não quero roubar o Estado, nem que o Estado me roube.
Eis, aqui o problema.
Por linhas travessas, demarca-se uma área de superfície dez vezes menos da real.
A bonomia fiscal contrasta com a realidade.
Se todos os contribuintes com “registo predial” pagassem o que deveriam pagar efectivamente em todo o território nacional, estaríamos bem melhor.
Ora, acontece que a faixa marítima continua a ser sacrificada em benefício de outras zonas do país.
Qualquer contribuinte nesta zona não pode exibir a jactância de outros, que orgulhosamente se vangloriam de não pagar, ou, pagar pouco.
Gosto pouco de benesses, quando elas servem para menosprezar contribuintes que procurem ter uma certa "consciência cívica e fiscal".
Portanto, levanta-se, dentro de mim, uma certa repugnância contra este pretenso, fictício, e, irreal “milagre das finanças”.
Portugal-Angola.21
“Portugal empresta dinheiro a Angola para pagar dívida a portugueses”
Ou, “Angola da euforia às dívidas”, “Expresso” de 17.07.10.
Lamento que os meios de informação ligados ao Dr. Balsemão estejam impedidos de exercer cabalmente a sua informação jornalística, por causa de certos contenciosos.
Todavia não é esta a razão das teses que defendemos, embora dando grande valor ao poder da informação..
Aquilo que acontece com Angola não passa somente pelos êxitos económicos e comerciais.
Existe uma linha de demarcação que deveria ser salutar neste relacionamento democrático. Doutra forma, estamos a contribuir para um sistema de grandes injustiças sociais, e, pouco contribuímos para a construção de uma autêntica democracia.
Aquilo que os jornais relatam, e, aquilo que certos políticos defendem não corresponde à política real das carências dos angolanos. Peguemos num caso paradigmático:
Aluga-se uma vivenda (porventura, serão três) por 25.000 dólares, por mês, paga antecipadamente, e, obtém-se um motorista por 350 dólares por mês. Ou, seja, um cidadão angolano ganha três vezes mais num dia, que um outro cidadão ganha num mês. Coloque este exemplo na realidade portuguesa e retire as suas consequências. Além disso, multiplique este exemplo por muitas outras situações!...
Este exemplo é sintomático da realidade de Angola. É evidente que alguns podem frequentar os restaurantes, outros não. E qual é a função do Estado?
Luanda é uma das capitais mais caras do mundo, o que se revela um contra-senso na realidade africana. Dizem que é o petróleo!...
Ora, toda uma determinada sociedade angolana, conjuntamente com a portuguesa está interessada em manter esta camada de contradições que pouco sentido tem, quando não se zela por uma justiça social.
Ou, “Angola da euforia às dívidas”, “Expresso” de 17.07.10.
Lamento que os meios de informação ligados ao Dr. Balsemão estejam impedidos de exercer cabalmente a sua informação jornalística, por causa de certos contenciosos.
Todavia não é esta a razão das teses que defendemos, embora dando grande valor ao poder da informação..
Aquilo que acontece com Angola não passa somente pelos êxitos económicos e comerciais.
Existe uma linha de demarcação que deveria ser salutar neste relacionamento democrático. Doutra forma, estamos a contribuir para um sistema de grandes injustiças sociais, e, pouco contribuímos para a construção de uma autêntica democracia.
Aquilo que os jornais relatam, e, aquilo que certos políticos defendem não corresponde à política real das carências dos angolanos. Peguemos num caso paradigmático:
Aluga-se uma vivenda (porventura, serão três) por 25.000 dólares, por mês, paga antecipadamente, e, obtém-se um motorista por 350 dólares por mês. Ou, seja, um cidadão angolano ganha três vezes mais num dia, que um outro cidadão ganha num mês. Coloque este exemplo na realidade portuguesa e retire as suas consequências. Além disso, multiplique este exemplo por muitas outras situações!...
Este exemplo é sintomático da realidade de Angola. É evidente que alguns podem frequentar os restaurantes, outros não. E qual é a função do Estado?
Luanda é uma das capitais mais caras do mundo, o que se revela um contra-senso na realidade africana. Dizem que é o petróleo!...
Ora, toda uma determinada sociedade angolana, conjuntamente com a portuguesa está interessada em manter esta camada de contradições que pouco sentido tem, quando não se zela por uma justiça social.
O milagre das finanças.3
Milagre das finanças. 3 - Miguel Sousa Tavares.
“António, classe média, idiota de serviço”, por Miguel Sousa Tavares, expresso de 17.07.10
“Já a minha mãe dizia que o PS lhe fazia lembrar os animais pré-históricos: tem um grande corpo e uma pequena cabeça”.
Caro Miguel:
Apresenta 7 000 euros, mas segundo as minhas contas, um licenciado como o Miguel ganha honestamente, e, de forma líquida, 4 000 euros, por mês, ou seja, o dobro de qualquer licenciado normal deste país, que, por vezes, muito menospreza.
Por isso, você é um privilegiado deste país!...
Talvez mereça pela sua intelectualidade e pela sua função social contra as “redes sociais”, como esta aqui patente.
O Estado ataca os ordenados esquecendo-se de certos pobrezinhos de “barriga cheia”, que não pagam impostos , ou, não são tributados devidamente, e, aí reside grande parte da “justiça fiscal”.
Os privilegiados deste país nasceram em certo berço que lhes deu determinadas garantias, ao contrário daqueles que atravessaram fronteiras para conseguir alguma dignidade, se a isso tiverem direito.
Os privilegiados deste país beneficiaram de formação intelectual e moral que lhes deu armas para se defenderem de certos predadores, como é o seu caso.
A autêntica classe média do trabalho e da luta democrática não está dentro do seu estatuto. Está bem longe e renegada nos quatro cantos do inferno.
O caro Miguel beneficia de uma legítima herança intelectual e económica, e até social, da qual é um privilegiado.
“Pré-histórica” são as heranças, os bens prediais, o “estatuto social” herdado, esse grande corpo que se multiplica contra as “pequenas cabeças” daqueles que diariamente lutam por uma sociedade mais justa, que arriscam a sua vida, e, que ganham metade da sua licenciatura.
Fazer “política fiscal”, somente com os rendimentos do “trabalho”, faz lembrar Marx ao invés. O problema é mais profundo, grave e injusto!...
Continue a lutar contra o Estado, como forma esclarecedora do indivíduo, todavia mantenha bem firme o seu estatuto de “privilegiado deste país”, ainda que consiga fugir ao “milagre das finanças”.
“António, classe média, idiota de serviço”, por Miguel Sousa Tavares, expresso de 17.07.10
“Já a minha mãe dizia que o PS lhe fazia lembrar os animais pré-históricos: tem um grande corpo e uma pequena cabeça”.
Caro Miguel:
Apresenta 7 000 euros, mas segundo as minhas contas, um licenciado como o Miguel ganha honestamente, e, de forma líquida, 4 000 euros, por mês, ou seja, o dobro de qualquer licenciado normal deste país, que, por vezes, muito menospreza.
Por isso, você é um privilegiado deste país!...
Talvez mereça pela sua intelectualidade e pela sua função social contra as “redes sociais”, como esta aqui patente.
O Estado ataca os ordenados esquecendo-se de certos pobrezinhos de “barriga cheia”, que não pagam impostos , ou, não são tributados devidamente, e, aí reside grande parte da “justiça fiscal”.
Os privilegiados deste país nasceram em certo berço que lhes deu determinadas garantias, ao contrário daqueles que atravessaram fronteiras para conseguir alguma dignidade, se a isso tiverem direito.
Os privilegiados deste país beneficiaram de formação intelectual e moral que lhes deu armas para se defenderem de certos predadores, como é o seu caso.
A autêntica classe média do trabalho e da luta democrática não está dentro do seu estatuto. Está bem longe e renegada nos quatro cantos do inferno.
O caro Miguel beneficia de uma legítima herança intelectual e económica, e até social, da qual é um privilegiado.
“Pré-histórica” são as heranças, os bens prediais, o “estatuto social” herdado, esse grande corpo que se multiplica contra as “pequenas cabeças” daqueles que diariamente lutam por uma sociedade mais justa, que arriscam a sua vida, e, que ganham metade da sua licenciatura.
Fazer “política fiscal”, somente com os rendimentos do “trabalho”, faz lembrar Marx ao invés. O problema é mais profundo, grave e injusto!...
Continue a lutar contra o Estado, como forma esclarecedora do indivíduo, todavia mantenha bem firme o seu estatuto de “privilegiado deste país”, ainda que consiga fugir ao “milagre das finanças”.
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