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sexta-feira, 29 de abril de 2011

EURO-POLITIQUE. 77 - "Património europeu"


Face à globalização o sistema europeu não consegue manter o conjunto de direitos civis, políticos e sociais, que fazem parte do seu património, porque o predomínio de uma “teoria conservadora” e “economicista” não sustem os mecanismos sociais da sua protecção.


Simplesmente, sujeitar a vida económica do cidadão às forças dos mercados económicos desfaz toda uma lógica social de natureza de estados, já que eles não conseguem afirmar-se na dinâmica dos próprios mercados.

A massa de dinheiro flutuante que “organizadamente” continua nos seus ciclos de desenvolvimento, sem uma autêntica referência ao sistema monetário internacional ou nacional, desenvolvendo espaços de enriquecimento que fogem a qualquer controlo efectivo do seu real valor como processo de capitalização.

O papel das multinacionais e dos seus mecanismos económicos não encontra qualquer tipo de barreira na sua expansão e expressão.

Por outro lado, a corrupção que larva nos vários estados favorece um exponencial de interferências que dilui o real papel dos governos.

Dificilmente o sistema europeu manterá o conjunto de direitos que constituem o seu património face aos países emergentes que cada vez mais atraem o conjunto de multinacionais que encontram um terreno propício ao seu desenvolvimento.

Os cidadãos europeus são obrigados a compreender como funcionam os mercados nestes tempos de globalização, reduzindo um conjunto de benesses, mas preservando o seu património de direitos civis, políticos e sociais, sem se desfazer totalmente da sua aquisição.

As sociedades civis e os estados tem de processar uma dinâmica interactiva no auscultação e domínio dos mecanismos que atravessam e atraiçoam a manutenção de um património que, infelizmente,  emagrece, definha, e, quase desaparece. Duzentos anos de luta e conquista estão sujeitos à voragem económica que rodopia nos incontroláveis mercados.

EURO-POLITIQUE. 83 - "A Sociedade civil europeia"

A sociedade civil europeia


Face ao impasse económico e político da Europa parece restar aos europeus a luta e a afirmação da “sociedade civil”.

Esta dita “sociedade civil europeia” tem de encontrar os meios necessários e suficientes para o desenvolvimento de uma consciência de cidadania do que é isto de “ser europeu”, e fundamentar possivelmente uma “escola cívica”.

As várias organizações voluntárias da sociedade civil, quer a nível da ecologia, de caridade, de beneficência, de associações étnicas, de grupos religiosos, de organizações de saúde e assistência social, de comunicação social e empresarial tem de encontrar espaços de diálogo e comunicação que permitam a sua afirmação e independência face ao espaço político.

Fora da dependência estatal, o cidadão europeu tem de aprender a cultivar as virtudes e qualidades da sua nova cidadania para exercer um papel crítico face à autoridade particular e redutora de uma cultura de estados que somente defende os seus pontos de vista.

Esta possível cidadania activa implica que os meios disponíveis da sociedade civil estejam em interligação nas suas várias organizações, e, que os canais de comunicação se desenvolvam num sadio diálogo de propostos e isenções face ao domínio político, muitas vezes, estéril, diverso e inconsequente.

O sentido de imparcialidade determina a procura de um bem comum, saudável aos cidadãos, que ouse pensar no bem geral, sem as reservas mesquinhas das suas prórpias organizações.

A “Europa dos políticos”, no seu sistema legislativo e económico, parece ocupar todo o espaço disponível de uma autêntica consciência de cidadania europeia, não favorecendo a organização de associações alternativas. Por outro lado o espartilho do sistema legislativo, social e económico, revela-se, por vezes, uma barreira intransponível aos direitos que uma autêntica cidadania devia contemplar na efectividade das suas aquisições nos vários espaços europeus.

Face à “Europa dos políticos” que continua a estagnar nas sua progressividade, na procura de consensos, na ultrapassagem dos suas nacionalidades, torna-se urgente que a diversidade surja através de novos conceitos de sociedade civil europeia.

As organizações académicas, e de comunicação social autónomas são, sem dúvida, um dos pilares em que a sociedade civil europeia deve ensaiar, inicialmente, no seu processo da sua própria emancipação.

EUROPOLITIQUE: Recordando "Platero y Yo" ....Juan Ramón Jiménez

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