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domingo, 8 de janeiro de 2012

EURO POLITIQUE. 202 - Pingo Doce, Pingo Amargo


O funcionamento do capital tem as suas lógicas, que o comum dos mortais não domina. Por isso, qualquer comentário acerca desta instituição empresarial reduz-se aos analistas competentes para tais análises.

Todavia existe um questão que me intriga!...

Qualquer cidadão nacional ficará surpreendido em fazer compras num hipermercado canadiano. É que além dos preços tabelados nos produtos comprados e visionados apanha a linda surpresa ao passar pela caixa de pagamento com a famosa “TAX” (imposto governamental), que pode causar alguns dissabores a compradores incautos.

Claro que isto vem a propósito da lamúria do patrão do “Pingo Doce” de que pagou 11 milhões de euros à SIBS ou Unicre, aliás, situação pouco esclarecida, mas certamente relacionada com o volume de negócios. Portanto, se pagou, algum serviço usufruiu por tal facto.

Todavia, aquilo que ele não disse é quanto pagou ou entregou de IVA dos seus clientes ao Estado. Essa massa salarial de IVA dos seus clientes, entregue ao Estado, é que seria interessante saber.

Existindo uma rede nacional de pagamento de cartões, (facto que até os alemães elogiam), porque é que os cidadãos não sabem quanto entregou o Pingo Doce de IVA, ou até outras empresas, retido aos seus clientes e dado ao Estado?

Por vezes, questiono-me se realmente o IVA pago pelos clientes dos supermercados é entregue ao Estado, ou, se o Estado não deve publicitar que recebeu X ou Y desta ou daquela sociedade comercial.

Se os cidadãos pagam IVA ao Estado pelo consumo dos seus alimentos, isto é, para sobreviver, o mínimo que o Estado deve fazer é elucidar os seus indígenas acerca da recolha deste imposto nos supermercados.

EURO POLITIQUE. 201 - Esperança.2





É evidente que os chineses não colocam Lobito a duas horas e meia do Congo. Vendem comboios e carruagens para o terceiro mundo, ainda que nas suas linhas utilizem tecnologia europeia para gáudio das suas ligações internas a nível da ferrovia, atingindo a módica quilometragem de 500 Km à hora.
Se a Espanha já dispõe de moderna tecnologia ferroviária, procura vendê-la ao estrangeiro. Mas, no caso chinês não acontece o mesmo, já que os indígenas angolanos ficam satisfeitos com dois tipos de classe nos seus comboios, e o tal dito luxo europeu ou asiático quedaria mal empregue nas savanas africanas.
É evidente que a rentabilidade de Madrid a Sevilha não é conciliável entre o Rio de Janeiro e São Paulo, porque não têm a moderna ferrovia, e as cidades angolanas não regurgitam de cidadãos endinheirados para tais percursos.
Claro que esta questão do desenvolvimento convém aos seus actores envolvidos, mas certas contradições são dignas de registo.
O mundo ocidental tem sido generoso com um tipo de economia de “toupeira”. Esta economia de “toupeira” procura sugar a economia mundial de várias formas.
Ao confronto do mundo soviético e do mundo americano, surgiu a habilidade chinesa que procura conciliar o trabalho dos seus cidadãos com o capital estatal de forma esplendorosa. Exploração do trabalho, baseada na sonegação dos direitos humanos dos seus trabalhadores, para obtenção do máximo capital dentro de um Estado socialista, cujo objectivo político é embandeirar-se como potência económica.
Costuma-se dizer que com o mal dos outros se pode bem.
As certezas económicas de um rectângulo à beira-mar plantado é que têm de brilhar no esplendor da confiança financeira.
A moeda europeia, criada para o mercado interno e balizada no seu interior europeu, encontra-se balançada no movimento da globalização. Como moeda cobiçada foi através da fraqueza dos seus estados, que se ressentiu das suas debilidades. Ao mundo restrito da Europa surgiram os tigres asiáticos que conjuntamente com os BIRD desencadearam surtos de desenvolvimento que a letargia europeia foi incapaz de renovação.
Se o império romano tinha no “direito e no braço militar” a sua base de sustentação, o sonho europeu navega na incongruência da sua legislação e da disseminação das suas forças militares.
Uma moeda requer pilares de sustentação que não residem somente no carácter da economia. Outras traves mestras sustentam a sua afirmação. Por mais que a moeda americana seja periclitante, a sua base de sustentação é bem segura.
Face aos novos ventos da globalização cujas bases económicas e financeiras tem como objectivo o lucro imediato e espontâneo, todos os elementos da arquitectura de um moeda são minados na base da sua sustentação.
Com Angola e Moçambique na base da sua sustentação, possivelmente com uma mão de ajuda do Brasil, o pequeno rectângulo encontre ainda forças dinâmicas para qualquer tipo de evolução. A confiança numa economia encontra-se nos caminhos que se possam abrir à sua expansão.
As parcerias económicas e o intercâmbio cultural, alicerçado na mesma língua serão, porventura, uma das tábuas da nossa salvação.

EUROPOLITIQUE: Recordando "Platero y Yo" ....Juan Ramón Jiménez

  Na minha tenra idade escutava os poemas de “ Platero y yo” , com uma avidez e candura própria da inocente e singela juventude, que era o ...