Eu cruzo-me com JRS, no dia 1 de
Maio, “Dia da Mãe”, quase à noite, sem dizer palavra. O autor da “Chave de
Salomão”, que na minha modesta opinião, “melhor trabalhado”, podia ser um “best-seller” mundial, faz
parte das minhas leituras.
Como um “senhor da televisão” e
“autor consagrado” no País, recordista de vendas, em nada convinha despertar a
sua atenção, porque estava virado para o telemóvel.
Além disso, como pessoa com
“dinheiro” e “influência social”, qualquer página do “jornal Expresso” está à
disposição das suas teses.
Por isso, decidiu desafiar os
“académicos” deste país, cujo nome “de araújo”, parece quase meu primo, além
dos 9.000 licenciados em Filosofia no País.
Bastariam, cinco minutos de
conversa para esclarecer um assunto que se arrasta pelos jornais “Público” e
“Expresso”.
Mas, qual é a sua tese:
“O que afirmei e mantenho é que
as origens do fascismo estão no marxismo” (Jornal Expresso/04.06.2016).
Novamente, eu cruzo-me com JRS,
como leitor, no “Jornal Expresso” com uma tese, de origem italiana, que procura
“branquear” o fascismo, o que é bastante grave para a democracia. Faz-me
lembrar aquele slogan: “ Avanti o popolo, alla riscossa, Bandiera rossa,
Bandiera rossa", cujo objectivo
era “cantar e fazer trabalhar mais”, iludindo os trabalhadores. O fascismo não foi um
“bandeira colorida italiana”, foi muito grave e causou muitas mortes. A sua génese
não está na Itália.
Aqui não se trata de ilusões, mas questões demasiado sérias, para serem
levadas com superficialidade. (Aliás, eu vi as ruínas, os cemitérios e pessoas machucadas).
A “ética profissional” obriga à sua desmontagem.
E, tal como este hino, JRS tem de “trabalhar
mais para não cair na tentação” de defender tal tese, que naquele 1 de Maio podia estar resolvida, sem grandes pretensões.