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terça-feira, 26 de novembro de 2019

EUROCENTRISMO: "Rasgar as vestes" ao entrar na Capital

  • A visão romântica de uma África paradisíaca, de ordem e progresso, repleta de modernidade, em que reinava uma suposta harmonia entre brancos e africanos, perdurou durante anos na mentalidade discursiva de alguns portugueses, que foram obrigados a deixar aqueles territórios.

Tornava-se difícil confrontar duas perspetivas opostas e divergentes: a europeia e a africana. Uma que defendia a aproximação à Europa, (quando se apercebia que o regime estava apodrecido); e, a outra que “chorava de saudade” por um paraíso perdido, repleto de sol e bem-estar.

Aqueles que, apesar do sofrimento, foram embalados pela “canção é uma arma” não compreendiam estas divergências ou paradoxos. Aliás, quase um obstáculo epistemológico emergia desta perceção africana, cujo porvir seria o caos e a destruição, para não dizer, o inferno.

A estrada n.º 1 de Moçambique demonstrava, através das suas ruínas, aquilo que tinha sido um entreposto comercial, intercâmbio de comércio local, plantado em plena natureza do seu percurso, para não dizer, mato. À desolação visual do entreposto juntava-se a companhia de uma “teenager” que chegando à sua capital cobriu-se com uma roupa de segunda, (gasta e utilizada), já que a primeira a tornava demasiado vistosa para ser exibida em Maputo.


No tempo da “antiga senhora” não se podia entrar descalço na vila, já que se pagava imposto, de onde eram oriundos muitos desses portugueses emigrados. Mas, entrar na capital de um país, sem ser notada e disfarçada nas suas vestimentas, vindo de uma pequena vila de Moçambique para a sua capital, era sinal de que "se não te desnudas", deves vestir mal.   

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  Na minha tenra idade escutava os poemas de “ Platero y yo” , com uma avidez e candura própria da inocente e singela juventude, que era o ...