Calmamente plantado na praça de
Bruxelas, estava bem longe, no tempo e no espaço, na "história e na política", das questões de mil milhões de euros, que ensombram a realidade portuguesa; aliás, longe de mim tal magnitude de problemas, para um incauto cidadão, saboreando um café em tão belo anfiteatro, numa manhã radiosa.
Esta realidade de mil milhões de euros alimenta a discussão política dos dois principais partidos e anima as suas hostes. Pioneira, na "propaganda fidei", que alimenta a praça (sec.XVI), como luzeiro que anima o debate político.
Mil milhões de euros para as reformas
complementares ou sociais, que preocupam a propaganda socialista, mil milhões de
euros que se inscrevem no "déficit" ou "não déficit", na propaganda social-democrata. (Todavia,
acho que as instituições, quer portuguesas, quer “belgas-europeias”, devem
pugnar pelo rigor do número, já que não são projecções, mas factos
do passado: demonstrados, ou, por demonstrar?)
Quando olho para o “Jornal de
Notícias” e reparo que 28% dos eleitores não sabem em quem vão votar, fico mais
descansado nas minhas preocupações, se
as tenho, já que o cepticismo me ameaça e me corrói.
Quando revejo a imprensa
estrangeira, admiro-me com as constantes projecções para o ano de 2015, para
citar países como a França ou a Espanha. O presente e o futuro são constantes
em movimento e equação. Neste "País à beira mar plantado", o retorno ao passado,
faz-me lembrar o “eterno retorno” de Nietzsche.
Realmente, os portugueses não são muito famosos em
matemática. E, quando esta se junta à política é um descalabro. É, por vezes, manipulação
pura, embora com números não se possa brincar!... Alguém dirá “quem manda é
Bruxelas”, tal a inépcia desses conterrâneos (incluindo-me).
Todavia esta percentagem de 28% de eleitores indecisos, segundo o “Jornal
de Notícias”, é um território a conquistar por algum arauto digno de arriscar a sua
pele, porque nela está no seu preço.