CLARA FERREIRA ALVES não é nada meiga com Santos Silva:
«O PS ainda não aprendeu a deixar
de ser o mais elitista partido português. Está na sua matriz urbana e
republicana. Na última semana da campanha, o ministro dos Negócios
Estrangeiros, Augusto Santos e Silva, depois da trapalhada da embaixada que
recusou acolher Tony Carrera condecorado pela França, decidiu gozar com a
situação e emitir um silvo que de socialista nada tem. Disse que assistir a um
concerto de Tony Carrera era o sonho de um sociólogo como ele. Ou coisa que o
valha. Aparentemente, este esquerdista tão preocupado com os graves problemas
da justiça, social ou outra, considera um artista amado pelo povo um espécime
entomológico. (...que se alimenta de insectos).
Um insecto digno de estudo da sua
prodigiosa cabeça. Isto vem de um chefe da diplomacia portuguesa?
Ou de um snob?
Literalmente, sine nobilitate.» (Revista, Jornal Expresso).
“Com ou sem nobreza”, Santos Silva, certamente, vai marcar
uma nova faceta no “Palácio Cor de Rosa”.
Em primeiro lugar, o “Gabinete da
Diáspora”, digno de um “título judaico” vai passar para Gabinete da Internacionalização.
Certamente, surgirão, outras
ideias, projectos e concretizações.
Desde, os períodos de Mário
Soares que se alerta, que os “emigrantes não um rebanho de carneiros”, que não merecem
consideração e respeito, e, que devem usufruir de direitos e deveres.
Mas este elitismo “soarista"
continua nos pergaminhos de uma geração, cujas benesses advém do próprio
“Palácio Cor de Rosa”, para a famosa Fundação Mário Soares.
A “representação externa de Portugal”,
encontrando-se encravada nesta “União Europeia”, beneficiando de entraves e
vantagens, devem ser bem analisadas pelos seus dirigentes. Cabe-lhes
encontrar os melhores caminhos do seu destino.
Por isso, face ao “Gabinete da Internacionalização” requisita-se que, em
breve, seja emitido o Cartão Internacional de Português.