Os
casos de sucesso de alguns emigrantes portugueses em França numa comunidade “invisível
e silenciosa”, segundo o sociólogo Albano Cordeiro, que salta para a ribalta
com a “mala de cartão”, ou, com o "estro"
de Tony Carrera, timidamente acompanhada por alguns expoentes ou artísticos,
não pode desconhecer os 30% de lusitanos, que em território francês, estão no
limiar da pobreza.
A
Santa Casa de Misericórdia de Paris presta alguma atenção a estas situações.
Faltam algumas análises sociais, quer em relação aos problemas de pobreza, quer
em relação à comunidade portuguesa em geral.
Nem
todos são emigrantes de sucesso, mas alguns pagam na ordem de 4.000 euros de
IMI francês.
Nem
a todos o sucesso sorriu, porque a falta de competências não lhes forneceu “armas
e ferramentas” para atingir certos patamares.
Parece,
por vezes, subsistir na emigração portuguesa uma certa “mentalidade parasita”.
Exemplifiquemos,
“eu não falo francês ou inglês, porque o meu filho fala por mim”. São
situações, em que as pessoas, com certas “bases de francês ou inglês” não
utilizam, nem desenvolvem as suas competências. Acomodam-se a uma certa
preguiça mental.
Esta
“mentalidade parasita” que conduz a situações de “gheto”, ou, de redução aos “espaços portugueses no estrangeiro” em
nada favorecem a inserção nos países de acolhimento, nem o seu conhecimento .
A
esta « mentalidade parasita” junta-se a “aversão a greves”, à luta pelos “direitos
sociais”, já que o imperativo do dinheiro rápido causa uma certa ilusão de
futuro.
A “mentalidade
parasita” expressa-se no símbolo da “santa terrinha”, no apego exagerado a
certas raízes tradicionais que impedem um verdadeiro crescimento.
A “mentalidade
parasita” não permite a passagem do “estado de natureza” para a “sociedade
civil”, quer junto dos países de acolhimento, quer em relação ao território
português.