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segunda-feira, 1 de junho de 2020

EUROPOLITIQUE: A figura emblemática do "Remexido" de São Bartolomeu de Messines - Camilo Castelo Branco


Camilo Castelo Branco não deixa passar incólume esse "popular personagem" de São Bartolomeu de Messines, cujo nome é Remexido.


Tal como Zé do Telhado são duas figuras ímpares das suas descrições literárias sobre os usos e costumes, que marcaram a tradição popular, e, fazem parte do "imaginário" português do século passado. No Norte do País pontifica o "Zé do Telhado", no Sul do País campeia o "Remexido".


Zé do Telhado desnorteou-se da sua vida honesta, e, pretendia “dar aos pobres, o que roubava aos ricos”, numa espécie de justiça popular. Foi bandoleiro e morreu santo em Angola.


Remexido, capitão de "malta de prosélitos" consegue reunir quase mais de 200 homens, por causas políticas, e, torna-se chefe do "banditismo de navalhistas impenitentes", na pena de Camilo.  Esta imagem de bandoleiro, assaltante de estradas, homem sanguinário e facínora, está associada à sua filiação política de “miguelista”. Aliás, consta que era homem de posses, capitão de ordenanças, chefe militar, mas uma vez perdida a sua causa política, é obrigado a  capitular perante o duque da Terceira (forças liberais), tendo como refúgio uma gruta algarvia.


José Joaquim de Sousa Reis, nasceu em Estômbar, em 19 de Outubro de 1797, e morreu, em Faro, em 2 de Agosto de 1838, no cadafalso. Enamorou-se por uma linda algarvia, em São Bartolomeu de Messines, adquirindo o alcunha de “Remechido”, cuja rua atesta este nome, embora Camilo o trate por “Remexido”, e, salteador de estradas.



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