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sábado, 1 de setembro de 2012
ANGOLA = "Uma democracia musculada"?!...
Aproxima-se a votação final para que o MPLA tenha uns 72% de percentagem de votos, enquanto que a UNITA se queda pelos 18% e o novo partido CASA pelos 5%.
Uma margem de vitória do MPLA que não deve somente ficar pela continuidade do trabalho feito.
O problema da habitação em Angola não atingiu os objectivos planificados.
A redistribuição da riqueza criou uma élita super rica que continua a navegar em dinheiro.
Por isso, a sociedade civil com direitos sociais e políticos debate-se com problemas de acesso ao trabalho e ao crédito.
Angola carece de um novo paradigma de ajustamento da sua cooperação.
Com os meios informáticos existentes, com a formação de novos quadros profissionais urge dar o salto para a emancipação de uma nova sociedade civil e uma nova consciencialização da cidadania.
Não é somente no aspecto material que as coisas devem tomar outro rumo, mas nas mudanças de mentalidades que o processo político deve evoluir.
Para aqueles que têm a hipótese de trabalhar por 80 ou 100 dólares ao mês,estão longe de um poder "per capite" que lhes dá 400 dólares mensais, expressos no PIB angolano.
Ainda por baixo desta camada social sustêm-se uma margem de quase 40% de angolanos sem acesso ao simples emprego, mas que deviam estar integrados na estrutura social angolana.
Claro que desponta também am Angola uma classe média razoavelmente bem paga, todavia ao serviço da dita elite rica politica e socialmente.
Talvez os europeus não compreendam os problemas africanos, mas o Brasil tem marcado pontos na sua luta contra a pobreza e na afirmação de uma classe média e mesmo alta.
Angola tem condições para se aproximar do contexto social e político do Brasil.
Haja vontade política para que pouco a pouco as coisas se transformem para bem da sociedade angolana.
Mas a cooperação pode melhorar se o executivo quiser implementar novas formas de formação para a construção de uma sociedade civil, para aqueles que desdenham de tal possibilidade.
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José Eduardo dos Santos promete
Principais compromissos assumidos pelo MPLA para os próximos cinco anos:
- Taxa média anual de crescimento do PIB de até 7%, até 2017
- Programa de rendimento mínimo, através da transferência direta de recursos
- Colocar Angola da lista dos países de rendimento médio no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU
- Relatório anual sobre direitos humanos
- Criação de um mercado de capitais
- Primeiro censo populacional após a Independência
- Prioridade ao emprego de angolanos nas empresas estrangeiras
- Acesso à água até 100% nas zonas urbanas e até 80% nas zonas rurais
- Novo aeroporto de Luanda
Ler mais: http://visao.sapo.pt/angolaeleicoes-mpla-com-vitoria-confortavel=f683882#ixzz25Pmz3IXw
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A RTP e os seus poderes ocultos
Chegar a Maputo, em primeira classe por cortesia da TAP, e, olhar para o écran com uma reportagem sobre Vilar de Mouros, na RTP-I, trouxe-me logo à lembrança aquele emigrante que protestava com a antiga “taxa de televisão”, abolida pelo Sr. Prof. Cavaco Silva, mas presentemente encapotada e paga na factura da EDP.
Claro que relembrar Portugal no estrangeiro é uma sensação colorida, muito distinta da televisão pardacenta de outrora, ou, da imagem pardacenta de mentes menos esclarecidas.
Aliás, este emigrante europeu faz-me lembrar aqueles emigrantes americanos que dizem que “são mais portugueses que os portugueses”.
Ainda a televisão estava no preto e branco, ansiando pelas cores coloridas, quando se vedava o acesso ao modo como se fazia informação. Normalmente, naquela altura fazia-se o intercâmbio com outras televisões por volta das 9.00 e 16.00 horas, e como “estrangeiro” em terra portuguesa, talvez fosse útil certa presença, mas nem isso, apesar do vazio de personagens.
Com um pedido expresso para o Departamento de Informação, fui remetido, hipoteticamente, para uma equipa de reportagem, quedando-me nas “Relações Públicas”.
Analisando a expansão das infra-estruturas da RTP, logo conclui o seu modelo capitalista, logicamente assente em certas camadas sociais, e, evidentemente na publicidade e poder económico. Por ironia do destino parece que o retorno capitalista lhe cai em cima.
Mandar cantar um galo na TVI – estação privada, para derrubar a capoeira na RTP – estação pública, é uma manobra política de se lhe tirar o chapéu.
O poder político não deve ser único e exclusivo na RTP, nem no seu modelo, plano ou projecto, porque a televisão também pertence ao Povo, à Sociedade Civil e aos seus intervenientes sociais.
RTP - O enredo do serviço público
Será possível construir um “serviço público” de televisão com 150 milhões de euros, e com as receitas da publicidade?
Isto, seria a primeira premissa, como ponto de partida, o que não é fácil.
A segunda premissa, que tipo de serviço público?
A televisão é um serviço caro, mas vendê-lo parece fácil!...
Os governos europeus sempre foram “avaros e conservadores” nos meios de comunicação de televisão, ao contrário dos americanos, mais defensores da iniciativa privada. E, a tradição europeia tem os seus benefícios e também as suas limitações.
Claro que a televisão é um poder, tem poder e determina as vontades; e tem o que se chama um poder educativo, talvez função que não exista nas privadas, cujos objectivos são muitas vezes económicos.
Mas as privadas também exercem um serviço público, ou seja, de informação.
Coloca-se, por vezes, o papel de igualdade de informação e isenção que compete ao serviço público. Mas, também aí, a televisão como poder está associada ao poder, ou seja, ao poder político.
Há quem advogue que a “televisão deva ser dada ao povo”. Todavia, ainda que o povo pague 150 milhões, isto parece uma contradição, porque o poder político, à bela tradição europeia, nunca irá abdicar da sua influência!...
"A Televisão deve ser dada ao Povo"
Por mera coincidência dos grandes debates da RTP como serviço público, empresa privada, ou, qualquer organismo semelhante, vem à memória um antigo exame sobre esta matéria, feito por um ex-director da antiga organização da televisão francesa, em que o dito professor afirmava em plena aula que “a televisão devia ser dada ao povo”.
- E, mais uma vez ele retorquia e argumentava que ele dizia na aulas que dizia que: “a televisão devia ser dada ao povo”. Dada a repetida insistência, o discente retorquia:
- “E, se o senhor estivesse à frente da televisão será que a daria ao povo?”.
- Perante tal argumento, a resposta que recebi foi a seguinte:
- “Quando precisar de alguma coisa, venha ter comigo”.
- Claro, que o discente em causa foi aprovado na matéria.
Em tempos, na RTP houve um senhor que bateu o pé a certas personalidades dizendo que ele era o director da RTP. Mas, hoje parece que não há director nenhum. Há um comissão ou administração demitida. Como também não há plano nenhum, apesar de duas comissões para elaborar um projecto.
Como não há plano, não há projecto, como não há director, não há nenhum senhor (salvo o sr: Relvas): portanto: “a televisão deve ser dada ao povo, porque paga 150 milhões por ela”.
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