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sábado, 19 de fevereiro de 2011

EURO-POLITIQUE. 77 - Jet - Bouchon - Kadafi - Twice

Com 136 mil milhões de dólares de reservas financeiras, Mouammar Kadafi parece disposto facilmente a comprar a “paz social” de que carece.


Só por ironia o famoso “guru” não marcaria presença na sua auto-manifestação!...

Na disposição de fazer investimentos na ordem dos 30 a 40 mil milhões de dólares, o seu território torna-se apetecível para as empresas europeias.

Por isso, há quem advogue que Kadafi é “uma máquina de sobrevivência política”, e, que o Ocidente pensa, duas vezes, antes de enfrentar a “velha raposa do deserto”.

Se a tradição diplomática europeia se mantiver nos mesmos cânones tradicionais e económicos, é natural que a “máquina de sobrevivência política” se mantenha por mais algum tempo, até que o “jet-bouchon” funcione como fórmula de certa magia.

Além disso, os acordos com os USA de 2003, fornecem um estímulo suplementar para qualquer tipo de ingerência, susceptível de ferir a sensibilidade do regime da Líbia, já que foi convocado o embaixador da Hungria em Tripoli, representante do Conselho dos Vinte-Sete”.

Consta-se que 84 pessoas perderam as suas vidas em território da Líbia. Todavia as informações não são fornecidas por meios jornalísticos livres e isentos, mas por associações dos direitos humanos. A dita liberdade de informação e expressão continua nas “calendas gregas”!...

Ainda que alguns afirmem que 85% dos recursos do petróleo sejam vendidos à Europa, seria necessário relevar as quantidades fornecidas à China, e, modestamente os 730 milhões a Portugal.

Entre pensar “duas vezes”, e tomar uma decisão de “uma vez” reside o dilema europeu.

EURO-POLITIQUE. 75 - A medusa de Lampedusa


Numa Europa de “geometria variável” assiste-se a um chefe de governo, entronizado Ministro dos Negócios Estrangeiros da CE, assessorado por uma coadjuvante económica, quando não ocupa o seu tempo e o seu espaço a sussurrar com funcionários de elite maior, ou, governamental.


Já que a confluência de acordo entre 19 estados se torna de tarefa hercúlea e árdua, é natural que outros arautos mais audaciosos tomem a dianteira em certas directrizes que o incerto consenso foi incapaz de reunir.

Aliás, o comando da política externa europeia depende da mundividência particular que cada estado ousa imprimir nas suas peculiaridades históricas e nacionalistas.

E, quando a voz de comando não detém pressupostos evidentes de acção externa, recorre-se ao expediente mais simplistas de aceno de uma pequena e caridosa esmola pecuniária.

Lampedusa (ilha italiana, a 117 de Tunes, mais perto do que a Sicília) tornou-se um símbolo do “Êxodo bíblico”, encontrando no Vaticano uma “Europa que não estava preparada”.

Mais uma vez, a diplomacia foi ultrapassada pela história dos acontecimentos, como a Europa não tivesse "informadores credíveis" da confluência destes fenómenos sociais e políticos.

Parece que se torna evidente e necessária uma “diplomacia do silêncio” , (seja ela, do Vaticano!...) que nas margens das suas instituições consiga erguer um grito de esperança para tanto desespero.

O pânico parece invadir as estruturas diplomáticas, pouco habituadas às mudanças sociais e políticas que hodiernamente caracterizam o mundo moderno. A inovação e a falta de agilidade revertem em assinaláveis quantias de dinheiro, quando o desespero das pessoas anseia por formas e meios de emancipação e libertação das condicionantes que impedem o seu autêntico desenvolvimento.

Além disso, muito dos recursos financeiros disponibilizados revertem em esquemas, que, pouco ou nada, auxiliam os autênticos necessitados de ajuda.

Se em 1847 existiam 50 mil “pied-noirs” franceses na Argélia, em 1962 tornaram-se um milhão de “pied-nois” argelinos em França.

Com tanto intercâmbio racial, cultural, social e político, somente uma Europa de “geometria variável”, quase “sem rei nem roque” não consegue encontrar os ventos necessários ao seu levantar de voo.

Deste modo, a Europa torna-se numa medusa adaptada a uma vida errante.

EUROPOLITIQUE: Recordando "Platero y Yo" ....Juan Ramón Jiménez

  Na minha tenra idade escutava os poemas de “ Platero y yo” , com uma avidez e candura própria da inocente e singela juventude, que era o ...