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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

EUROPOLITIQUE: O repto a Paulo Portas e a Líbia



Fazendo jus ao epíteto popular de “Paulinho das Feiras”, Paulo Portas ainda conserva o hábito nas feiras de Angola e Moçambique.
Todavia, os êxitos e expectativas como Ministro dos Negócios Estrangeiros depressa se esfumaram em novos voos e pregorrativas.
A sua rápida visita à Líbia prenunciava um ar de “falcão americano”, cujas asas esmoreciam na pálida política externa portuguesa, dependente da omnisciente  comunidade europeia.
Qualquer estratega militar que assistisse ao deambular desta “Primavera Árabe” assinalaria que o seu fim não traria bom agoiro.
Ainda que a Caixa Geral de Depósitos detivesse os tais “mil milhões de euros”, cujo fim se camuflou em visitas diplomáticas, somente representavam um ínfima parcela dos 200 mil milhões de dólares, debaixo da tutela do seu ex-lider.
Morto em 2011, após 42 anos de governo, estima-se que 27 mil milhões de euros foram congelados nos USA, 22 mil milhões pelos governos de França, Itália e Grão-Bretanha. Além disso, existiam investimentos na Total, na Alsthom, na Fiat, no Financial Times, na Juventus, acrescidos de algumas propriedades. (Portugal e Espanha ficaram "de fora" na imprensa estrangeira).Grosso modo, o montante deste dinheiro líbio resolvia o problema da dívida portuguesa.
Passados, quase cinco anos, a política externa europeia mantém o silêncio sobre a situação líbia, após o ruído dos bombardeios, e, as “comissões de paz” repousam nos dólares congelados, que não brilham em alguma acção. Um país destruído e rico que navega ao sabor dos emigrantes que deambulam pelo mar Mediterrâneo.
A embaixada portuguesa na Líbia calou-se, e o seu anterior arauto com ar de “falcão americano” remeteu-se ao silêncio, apesar do repto que lhe foi instaurado.

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