Fazendo jus ao epíteto
popular de “Paulinho das Feiras”, Paulo Portas ainda conserva o hábito nas
feiras de Angola e Moçambique.
Todavia, os êxitos e
expectativas como Ministro dos Negócios Estrangeiros depressa se esfumaram em
novos voos e pregorrativas.
A sua rápida visita à
Líbia prenunciava um ar de “falcão americano”, cujas asas esmoreciam na pálida
política externa portuguesa, dependente da omnisciente comunidade europeia.
Qualquer estratega
militar que assistisse ao deambular desta “Primavera Árabe” assinalaria que o
seu fim não traria bom agoiro.
Ainda que a Caixa
Geral de Depósitos detivesse os tais “mil milhões de euros”, cujo fim se
camuflou em visitas diplomáticas, somente representavam um ínfima parcela dos
200 mil milhões de dólares, debaixo da tutela do seu ex-lider.
Morto em 2011, após 42
anos de governo, estima-se que 27 mil milhões de euros foram congelados nos
USA, 22 mil milhões pelos governos de França, Itália e Grão-Bretanha. Além
disso, existiam investimentos na Total, na Alsthom, na Fiat, no Financial
Times, na Juventus, acrescidos de algumas propriedades. (Portugal e Espanha ficaram "de fora" na imprensa estrangeira).Grosso modo, o montante
deste dinheiro líbio resolvia o problema da dívida portuguesa.
Passados, quase cinco
anos, a política externa europeia mantém o silêncio sobre a situação líbia,
após o ruído dos bombardeios, e, as “comissões de paz” repousam nos dólares
congelados, que não brilham em alguma acção. Um país destruído e rico que
navega ao sabor dos emigrantes que deambulam pelo mar Mediterrâneo.
A embaixada portuguesa na Líbia calou-se, e o seu anterior arauto com ar
de “falcão americano” remeteu-se ao silêncio, apesar do repto que lhe foi instaurado.