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quinta-feira, 23 de abril de 2020

EUROPOLITIQUE: O desembarque em Vicariae - Gunderedo, Sisnando e Rosendo.


Sisnando ” mais militar que bispo” estava em “retiro religioso”, segundo fontes galegas, quando as forças de viking Gunderedo desembarcaram em “Vacariae”, corria o ano de 968.


A rivalidade entre Sisnando e Rosendo não seria alheia a Gunderedo, já que os vikings eram exímios em colher informações. Hábil diplomata, com escola no Reino dos Francos, devia ansiar pela hora de pôr à prova os “dotes guerreiros” de Sisnando, que forçosamente tinha posto de lado em questões régias e políticas, o seu rival religioso - Rosendo. Este “mais bispo que militar” dedicou-se à vida religiosa e à construção de um mosteiro, sem deixar um lema: “quem com o ferro fere, com a espada morre”. Nada crente em maldições, a coragem de Sisnando nunca esmoreceu com tal agoiro, por isso, não hesitou em enfrentar Gunderedo.


Por isso, subitamente, dentro do “espírito guerreiro” de Sisnando, desencadeia-se a fúria e o desejo de lutar contra esses “adoradores de fogo”, como diziam os seus inimigos árabes, ousando fazer-lhes frente antes das paliçadas de Compostela, ou seja, em Fornelos. Por terra e por mar, as forças adversas impuseram-se ao “bispo militar”, não lhe poupando a vida.


O local de desembarque destas forças guerreiras é assinalado, por alguns autores, como Vacariae. Ora, não só o momento de chegada dos normandos se confunde com este local, como também a região de instalação e estadia destas forças guerreiras se estabelece no mesmo sítio. Parece que se desconhece que parte destas forças já tinham deambulado até Silves, que perderam vários barcos, e, que já tinha conhecimento suficiente dos objetivos que pretendiam alcançar. Portanto, algo contraditório, na estratégia dos vikings, extremamente hábeis em questões de informação, auscultação e possível diálogo com outras forças. Por outro lado, certos autores, presumem que esse local seria, onde hoje estão as Torres de Oeste, em Catoira.


Ao contrário, a nossa tese defende que o lugar da Mota, junto a estuário de um rio, pleno de “árvores da mata”, como carvalho e castanheiro, local rochoso e altaneiro, constitui o sítio ideal para a instalação e permanência viking. Se existiu um “castelo da mota”, ou, uma “paliçada de estacas”, nada o confirma. Todavia, não se recorda ninguém que não tenha deixado uma “pegada”, marca ou sinal, ou seja, um distintivo para ser recordado. Estas marcas são fornecidas não só pelos “homens azuis”, ou seja, os árabes, (na terminologia dos normandos), supostos “adoradores do fogo”, como também pelo “testemunho oral ou escrito” dos seus descendentes locais. Além disso, antes do terrível ataque a Compostela existe uma planificação que durou dois anos de preparação. E, se a chegada de Gunderedo acontece na Primavera de 966, somente em 968 se desenrola este ataque. Aliás, um ataque estratégico, “por terra e por mar”, que não era um simples assalto, mas a tentativa de domínio e controlo da cidade de Compostela. E, de tal forma foi o seu engenho que a permanência de Gunderedo na Galiza se “agoirava” como fosse uma nova Normandia, quando já eram passados dois anos.

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