Titulava um jornal espanhol este pequeno “slogan” - «se a Espanha tivesse Ronaldo, ganhava o jogo» - para um “jogo amigável”, que fez sofrer qualquer luso, durante os trinta minutos iniciais da partida.
Se, a “pose de bola” foi de 64% dos 90 minutos para os
espanhóis, o seu "ranking" só vem confirmar a "supremacia e lição de jogo" de "nuestro hermanos", cuja evidência caminhava para a indecência, para a angústia, repleta de dor e sofrimento. Para nossa salvação, melhor dito, "consolação" ficaram aqueles dois "obuses" (terminologia hispânica) que esbarraram nos limites das muralhas de Alvalade, porque não se tratava de qualquer guerra de estrelas.
O famoso “tic-tac”, ou, o “sistema em carrossel”, (que tem em Messi o seu expoente máximo com os seus dribles e fintas) demonstra
que “quem tem a bola” tem de ter sempre disponível dois ou três comparsas para
poder passá-la. Era uma delícia observar que os jogadores espanhóis
desempenhavam cabalmente esta tarefa, (e, se tivessem o maestro de Barcelona seria o caos). Qualidade que está muito longe da mestria portuguesa, habituado aos "misséis e aos tiros de bala".
Além disso, a “receção de bola” está condicionada à sábia “ocupação
de espaço”. Saber jogar no “espaço visível e no espaço imaginário” é tarefa dos
autênticos “condutores de bola ou de jogo” quando sabem delinear os respetivos passos
que precisam de efectuar.
Observa-se que esta carência de “saber ocupar os espaços” se
evidencia na seleção portuguesa, acompanhada do devido movimento nos seus ritmos e sequências. Aliás, evidência que não falha ao espírito cartesiano
francês, a nível do futebol. "Saber jogar" não falta aos franceses.
Sem “hábito de treinador de bancada”, nem qualquer doença de
“tiffosi” ou projeção de “hooliganismo” vaticina-se que uma certa “sagesse”
lusa não se deixe intimidar pela metodologia francesa.