A China apresenta um forte
crescimento económico, uma sólida posição financeira (com grandes investimentos
estrangeiros), e uma balança de transações com superavit, o que lhe permite
amealhar milhões de dólares.
Como consegui fazer este
milagre económico?
"Grosso modo", graças a uma
economia planificada, com mão-de-obra barata, baixos salários, mas com 700
milhões chineses retirados da pobreza, que descontam 10% para os serviços
sociais e de saúde; e, que exibe cidades modernas e a mais extensa rede de alta
velocidade.
Viver na cidade é um sonho que se tornou realidade, onde alguns
chineses poupam quase 50% das suas economias.
Com um regime político de
partido único, (portanto, não democrático), sem liberdades políticas e cívicas,
onde a componente económica é a estratégia do seu desenvolvimento, cujo slogan
faz jus à frase de Marx: “o homem é um ser económico”.
A globalização é a janela
aberta pela China ao mundo, mas esta janela está ancorada na sua casa. O livre
comércio mundial funcionará, enquanto for favorável à China?
A tendência dos movimentos
anti-globalização e as políticas de
defesa dos interesses nacionais manifesta-se cada vez mais contra a falta de
regulamentação económica e comercial mundial. Sobretudo, pela falta uma ética da globalização, preconizada
por vários pensadores teóricos.
Os chineses começam a sentir-se
vítimas da globalização, aliás, que os têm favorecido. Por isso, o porta-voz das
alfândegas chinesas Huang Songping afirma: «a tendência anti-globalização é
cada vez mais evidente e a China é a sua maior vítima», segundo a agência
Reuters.
Se, os anúncios públicos de
Trump se confirmarem muito incertezas surgirão na economia mundial. Algumas já
são evidentes no ano transacto.
Em 2016, as compras da
China no exterior caíram 5,5%, cujo montante atinge quase 1,5 mil milhões de
euros, segundo a agência Reuters.
O intercâmbio entre a Europa e os USA diminui 6,8%, com um retrocesso de
3,47 mil milhões de euros. As exportações chinesas registaram uma queda de 7,7%, em 2016, no valor de 1,97 mil milhões
de euros, segundo dados da Administração Geral das Alfândegas da China. Acresce-se ainda as flutuações e credibilidade da sua moeda.
A política económica dos USA será uma condicionante do futuro e desenvolvimento da globalização.