Desde o discurso mais simples (“telefonemas que recebo”) ao discurso mais elaborado (“comentários televisivos” -SIC) , a "França é rica".
Esta visão da “França é rica” permite confundir um deputado com a sua “femme de ménage”, ou seja, estão ao mesmo nível!...
Claro que eu desejo que a França seja rica.
Contudo, não embarco neste discurso que a França seja tão rica que invada todos os espaços com a sua riqueza. Porque, até os próprios franceses afirmam que:” o discurso é própria traição do discurso”.
Nesta Europa dos “castelos de papel”, alguns cairão, outros sobrevirão, se os espartilhos da moeda única impuserem as suas contradições.
Mas a luta pelos espaços geo-estratégicos, pela identidade ( mais ou menos nacional), por alguma afirmação económica, tecnológica, social, científica e intelectual, pela repercussão internacional, pelas relações bilaterais entre povos, não podem submeter-se ao discurso hegemónico de que a “França é rica”, como denominador comum de uma realidade mundial.
Claro que a “França é rica”, com o contributo de muitos emigrantes portugueses, talvez considerados como “lixo tóxico” que acariciava a “tripla menina francesa”, ou seja, aquele míssil que disparado de Paris atingia Lisboa com os seus dois mil quilómetros; ou melhor a dito, a “bomba atómica”.
Confundir fogos de artifício com os “pétards” do Iraque tem muito que se diga neste simples discurso gaulês!...
Se Charles de Gaulle, a nível oficial e histórico, pactuava com Salazar, ao mesmo tempo impedia que muitos emigrantes portugueses fossem expulsos de França (isto, não é histórico). É, nesta contradição que nos encontramos. Se a polícia francesa detém o “porta-voz” da Líbia, não existirá nenhum meio de afrontar o “Quai d’Orsay”?
Claro que há. Claro que há um pequeno país, na periferia europeia, com uma “petite économie” que tem direito à sua "pauvre existence" nesta “França rica”, nesta Europa à deriva como um “castelo de papel” (aliás, "ab initio" dos nossos comentários).