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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

EURO POLITIQUE 111. "A sedução do dólar".



A maturação europeia, ou, o amadurecimento da crença europeia não reúne as certezas que deviam marcar o caminho do dito modelo do mundo ocidental.


Falta de liderança e falta de produtividade são sinónimo de decadência. Sem uma crença europeia não existem certezas que orientam os europeus.

Por isso, as conquistas democráticas, económicas e sociais que demoraram 200 anos desvaneceram-se no mundo do capital da globalização, ainda que outros intervenientes beneficiem de um quarto do seu percurso, como é o caso chinês.

Os países emergentes revelam uma pujança que ultrapassa todas estas etapas seculares, embora com as suas fissuras inerentes ao seu percurso.

Sobretudo, os privilégios europeus de uma reforma condigna não encontram sustentação no ciclone do capital do mundo global, já que os Estados deixaram de ser a Providência de outros tempos. Uma onda de retrocesso abala as estruturas sociais, sobretudo estatais, como um terramoto, cujas origens são, por vezes, desconhecidas.

Se a moeda americana, desde há 30 anos após Nixon, deixou de ter paridade com o ouro, para se afirmar no “mundo do petróleo” flutua na sua contínua fabricação de papel, apesar de 40% do seu real valor depender do sustentáculo chinês.

A fábrica chinesa amealhou montanhas de dólares destronando a emissão constante do dólar americano.

Mas o dólar americano continua a ser o sonho de muitos países que depositam na “moeda verde” a sua fé e esperança. O dólar vizinho da América, ou seja, o dólar canadiano é simplesmente um parente pobre do rico americano, cuja transacção não reúne condições de eficiência e efectividade.

A imagem da moeda americana é o sinal da independência e afirmação económica.

“A imagem vale mais que muitas palavras”, diz um ditado português.

O dólar é a imagem em palavras, em troca de mercadorias e de construção económica.

Muitos países referenciam-se em relação ao dólar. Pensam e falam em dólares, e os dólares são as palavras da sua imagem.

Por isso, a moeda europeia demasiada forte, e sem uma autêntica estrutura de base não consegue navegar nesta geometria variável, nem nesta imagem de sedução do dólar. Afirma-se com a ideia e mentalidade de um rico que não passa de um parente pobre face ao dólar.

Até onde esta sedução do dólar vai continuar!...

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