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terça-feira, 11 de junho de 2013

EUROPOLITIQUE: À sombra da Entrevista de Eduardo dos Santos

A satisfação de Mário Soares pela entrevista concedida à SIC por Eduardo dos Santos, numa escassa referência ao "Diário de Notícias", em 11-06-2013, em que parece “alegrar o povo”, não passa de um comentário "jocoso" e político, nestes tempos de modernidade. Certamente, bem mais consciente, é a própria entrevista, que o Jornal de Angola publicou na íntegra, passado três dias após a sua concessão. Apesar de Angola, paulatinamente se aproximar dos ditos países emergentes, ainda está bem longe desses objectivos e realidades, ainda que se possam observar bons sintomas do seu desenvolvimento. Mas, sem dúvida, a entrevista realçava a grande necessidade de “quadros angolanos”, sua formação e sua inserção numa sociedade que caminha para a modernidade. Apesar das exportações petrolíferas corresponderem a 98% da sua totalidade, cujo valor em receitas fiscais atinge 75%, e contribuir para 50% do P.I.B. angolano, o sector do petróleo atinge a nível de emprego uma estimativa, grosso modo, de 60.000 empregados, que para uma população estimada em 20 milhões de pessoas é extremamente escassa. Angola acaba de instalar a indústria do gás, com as exportações para os USA assegurada, mas, ao nível do consumo interno, segundo certas informações,queda-se nos 20.000 consumidores angolanos, mas admitindo que sejam 200.000 somente para Luanda que tem mais 4.000.000 de habitantes, este número é irrisório. Se o contributo para as receitas fiscais advém quase exclusivamente da indústria petrolífera, em parte dos impostos sobre a importação de mercadorias, quer dizer que todo o tecido social de Angola com as suas taxas sobre salários, imóveis e automóveis é quase inexistente. Quer dizer, que a maior parte da sociedade angolana ainda não contribui para a máquina do Estado. A riqueza de um Estado tem de residir na qualidade dos seus cidadãos, no seu contributo para o bem comum; e, os pressupostos desta realidade ainda não estão confirmados. Se, por acaso, a entrevista visa um diálogo de "povo para povo", como “parece confirmar Mário Soares”, deixando os supremos actores na prateleira, e, que contradiz algumas elementares percepções do senso comum, podem acreditar que o estímulo, esforço e trabalho nunca assustaram a classe portuguesa, disposta ao melhor de si, desde que os sinais sejam confirmados.

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