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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
EUROPOLITIQUE: China e África nos 200 mil milhões de dólares
Contemplava-se a construção do edifício do MNE moçambicano, em Maputo, enquanto se ouvia de surdina que era feito por “prisioneiros chineses”. Como, também se ouve comentários de que o Caminho de Ferro de Benguela é construído por um “bando de índios enclausurados na selva”. Se o dinheiro doado a África chegava para o seu desenvolvimento, a caricatura destes chineses está longe do idealismo ocidental, para não mencionar o cepticismo americano em investir em África. Se o modelo europeu não forneceu quaisquer frutos de mudança, nem os donativos americanos aliviaram as condições africanas, eis que os chineses encontram novas vias. O Presidente chinês Xi Jinping argumenta : “em 2013, o comércio sino-africano suplantou pela primeira vez os 200 mil milhões de dólares, o que tornou a China no maior parceiro comercial de África”.
Se partimos do princípio de que “a necessidade aguça o engenho”, a eficácia do relacionamento chinês desenvolveu plataformas mais viáveis que os grandes planos do idealismo ocidental. Claro que não se constróem comboios de alta velocidade como na China, mas proporciona-se meios de transporte para que surja algum desenvolvimento. Saber dar “os passos certos nas horas certas” é a eficácia do engenho chinês no relacionamento com os países africanos. E, se o “passo de um prisioneiro” é o caminho da sua libertação, a “prisão” pode ser um elemento de emancipação; por isso, se anuncia uma “nova parceria estratégica”, segundo aponta o Presidente Chinês.
Aliás, foi graças ao comércio entre a China e África que Pequim ascendeu à posição de segunda maior economia do mundo. Ainda que se tecem grandes críticas ao “modelo de cooperação chinesa” parece que ele beneficia ambos os lados; e, contra o seu pragmatismo nada há fazer!...
EUROPOLITIQUE: João Soares - Deputado da Guiné Equatorial
Nos últimos tempos da política nacional assiste-se a um autêntico vazio de projectos estruturais da economia, evocando-se a crise, que sistematicamente ataca a contas do “deve e haver”, de que são vítimas os salários dos empregados e reformados. No universo do futuro nada se projecta, e o pouco que estava delineado encontra-se parado. Nenhuma “flama ou chama” se projecta como possível luzeiro de orientação para uma possível expansão. Ora, neste deserto estéril surge uma miragem de um pequeno ou grande oásis. Salimo Abdula, presidente da Confederação Empresarial dos Países de Língua Portuguesa (CE-CLPL), argumenta que “temos condições, fomos abençoados, temos recursos naturais de grande dimensão descobertos nos últimos dez anos, temos mão-de-obra jovem, e se nos posicionarmos como deve ser, levando a tecnologia necessária para dar mais-valias às nossas riquezas naturais onde elas existem, podemos transformar a CPLP numa estrela a nível mundial, fazendo o nosso PIB passar de 4 para 10% do total mundial daqui a dez ou quinze anos”. E continua, “para crescermos, é preciso criar uma economia de escala maior e criar a nossa própria marca CPLP, concluiu o responsável, reconhecendo que estes são “projetos a médio prazo, mas que só precisam do apoio da classe política para os empresários os tornarem realidade”.
Marginalizar a “Guiné Equatorial” como pretendem alguns “políticos” corresponde exactamente à mesma “visão de deserto” no qual navega a economia portuguesa. Mas, por outro lado, parece que o “lado escuro da lua” tem uma “visão solar” mais projectada para o futuro do que aqueles que somente sabem navegar à vista, sem qualquer alcance do futuro.
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