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terça-feira, 31 de maio de 2016

EUROPOLITIQUE: O Brasil em Soren Kierkegaard


Dedicado a Frei Bento

Quando um familiar de Soren Kierkegaard partia para o Brasil, para a imensidade da selva amazónica, indagando por essa riqueza natural (riqueza que permite dizer aos seus habitantes que “Deus é brasileiro” ), lançando-se nas “leis da natureza e nos seus conceitos”, o filósofo dinamarquês dizia que a sua investigação e os seus “conceitos eram outros”.
Ou seja, esta diferenciação e dicotomia da “natureza física”, tinha como objectivo, a indagação da sua essência existencial, daquilo que o movia, aliás, comandada pela implementação do “instante”,  título do “panfleto” que suas mãos carregavam na hora da sua morte.
Se, “o existencialismo é um humanismo”, na temática de Sartre, na filosofia de Kierkegaard, o "existencialismo é sobretudo transcendente".
Por isso, este filósofo dinamarquês poderia dizer que a minha investigação, a minha indagação filosófica, a minha procura é outra: não é de “natureza física” é de “natureza espiritual”.
Contrariamente ao idealismo de Hegel, e, ao seu “Espírito Absoluto”, segundo Kierkegaard o “espírito” reside em mim, e, está incrustado nesta pequena realidade individual.
Por isso, o filósofo dinamarquês tem de encontrar "outro sentido de vida, de existência", cujo sopro é o “seu instante”, como janela voltada para a sua  realidade espiritual.
Porventura será "este momento socrático", pelo qual tanto gostava de “falar contigo", ò Sócrates? - dizia o filósofo.
Porventura, encontrar uma “verdade”, ou “ir ao encontro dela”?
-  Desejo roubar aos “deuses”, aquilo que pertence aos “deuses” - um certo sentido de imortalidade - e, por isso sofrerei o seu castigo?
-  Procuro “eternizar-me” pela linguagem, através da minha  "escrita diária"?
- Será que cada instante desta "janela da eternidade" me obrigará a morrer com o “instante” na mão?
 
 Mas, se há duas coisas que aproximam Kierkegaard de Portugal, elas são, sem dúvida a questão dos heterónimos em Pessoa, e, esta lembrança brasileira.









EUROPOLITIQUE: "A Saga Viking" de José Rodrigues dos Santos

Quase batia com o tabuleiro em Rodrigues dos Santos, tal era a distracção do transeunte e do escritor. Não é primeira vez, que me cruzo com tal ilustre personagem, lá vão quatro vezes, sem dizer palavra; e, nem será, pressuponho, a última.
Como leitor, enredei-me, um pouco, nesta trilogia da sua saga, que me deixa desconfortável no seu percurso. Por isso, deixei parada a minha leitura.
A polémica desencadeada pelo “jornal Público” vem demonstrar o meu “desconforto nesta leitura”.
A “escrita a metro”, para gáudio do seu autor, e, pelo êxito das suas tiragens, revela uma “cultura de massas”, cujos pergaminhos literários deixam muito a desejar.
Mas, a sua ousadia pelos percursos da “filosofia moral e política” carecem de uma fundamentação filosófica, que se reduz à simples expressão jornalística; e, por isso, cai na simples “venda de papel”.
Esta "pretensa incursão filosófica" conduz a uma “banalização” do pensamento filosófico, que emoldurado nas suas personagens tramam, com simples pinceladas, factos e acontecimentos, cuja profundidade não pode nem deve ficar reduzida à sua inócua superficialidade.
O exemplo não é único. Já, certos jornalistas em França, correram pelas mesmas esteiras; mas, em Portugal, é novidade. Por isso, mais que "saga fundamentada", trata-se de uma simples “novela”, não brasileira, mas "pretensamente portuguesa".
Aliás, parece ter todos os ingredientes de uma "saga viking". (Nem Marx, nem Jesus).   

EUROPOLITIQUE: Recordando "Platero y Yo" ....Juan Ramón Jiménez

  Na minha tenra idade escutava os poemas de “ Platero y yo” , com uma avidez e candura própria da inocente e singela juventude, que era o ...