Nos tempos em que Macau era
"português", o jornal “Le Monde” destacava um jornalista sobre os assuntos da
China. A falta de notícias e origem delas, obrigava a dizer que a “única fonte
de acesso era Macau”.
Do obscurantismo do regime chinês,
até ao pioneirismo da China, como potência económica mundial, medeiam alguns
anos.
As escolas de jornalismo
propalaram-se pelo País. Do “jornalista de banca” ao ”jornalista de escola”
deu-se um passo gigantesco, mais em quantidade do que em qualidade, segundo
certas opiniões.
A visibilidade deste impacto pode
observar-se pelas várias teses sobre a comunicação social, e a facilidade como
são obtidas. Além de que as médias de entrada nestes cursos são bastante baixas.
A afirmação do “novo sistema” contra os “velhos hábitos”
demora algum tempo. Aquilo que hoje pode caracterizar muito a função de
jornalista de ser “especialista”, neste ou naquele domínio, debate-se com um
problema ancestral e estrutural da carência de investigação histórica e
científica, precisamente, no próprio domínio da comunicação social portuguesa.
É, sem dúvida, um terreno aberto
à “pesquisa e investigação” que na comunicação social portuguesa importa desbravar.
O “passado” alia-se ao presente, e perspectiva o futuro.
Uma vez, escrevi a José Tengarrinha, pedindo um exemplar
sobre a “História da Imprensa”. “O autor só tinha um”.
O domínio das mais recentes
técnicas jornalísticas carece de uma fundamentação das suas origens e evolução
histórica e técnica; além de, que a formação dos jornalistas implica alicerces
deontológicos, que a ”ética jornalística” deve exibir.
A moderna sociedade do “lucro, imagem e dinheiro”,
constituem alguns óbices à função e “múnus” jornalístico. A “voragem do tempo”
e a rapidez da “imagem e sua exibição” acarreta um sentido efémero, que, por
vezes, a ambição e o lucro deslumbra.
A “tradição jornalística
portuguesa” deve aliar-se ao seu “modernismo dos media” nos jovens jornalistas,
de modo que a pluralidade e inovação se conjuguem. Embora este “espaço anterior
seja um pouco obscuro”, a nível histórico; urge que, pouco a pouco, se
possa atingir a inovação e pioneirismo, que as camadas mais jovens de
jornalistas, nos podem fornecer e consagrar, através do seu labor.
A profissão de jornalista é exigente (grande sentido de observação),
digna (em que se pode arriscar a vida, por sua causa); que carece e impõe uma
devida “saúde mental”, reforçada por uma “saúde física”.