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sexta-feira, 16 de setembro de 2016

EUROPOLITIQUE: Acerca da função e "múnus" da actividade jornalística

                            
Nos tempos em que Macau era "português", o jornal “Le Monde” destacava um jornalista sobre os assuntos da China. A falta de notícias e origem delas, obrigava a dizer que a “única fonte de acesso era Macau”.
Do obscurantismo do regime chinês, até ao pioneirismo da China, como potência económica mundial, medeiam alguns anos.
As escolas de jornalismo propalaram-se pelo País. Do “jornalista de banca” ao ”jornalista de escola” deu-se um passo gigantesco, mais em quantidade do que em qualidade, segundo certas opiniões.
A visibilidade deste impacto pode observar-se pelas várias teses sobre a comunicação social, e a facilidade como são obtidas. Além de que as médias de entrada nestes cursos são bastante baixas.
A afirmação do “novo sistema” contra os “velhos hábitos” demora algum tempo. Aquilo que hoje pode caracterizar muito a função de jornalista de ser “especialista”, neste ou naquele domínio, debate-se com um problema ancestral e estrutural da carência de investigação histórica e científica, precisamente, no próprio domínio da comunicação social portuguesa.
É, sem dúvida, um terreno aberto à “pesquisa e investigação” que na comunicação social  portuguesa importa desbravar.
O “passado” alia-se ao presente, e perspectiva o futuro.
Uma vez, escrevi a José Tengarrinha, pedindo um exemplar sobre a “História da Imprensa”. “O autor só tinha um”.
O domínio das mais recentes técnicas jornalísticas carece de uma fundamentação das suas origens e evolução histórica e técnica; além de, que a formação dos jornalistas implica alicerces deontológicos, que a ”ética jornalística” deve exibir.
A moderna sociedade do “lucro, imagem e dinheiro”, constituem alguns óbices à função e “múnus” jornalístico. A “voragem do tempo” e a rapidez da “imagem e sua exibição” acarreta um sentido efémero, que, por vezes, a ambição e o lucro deslumbra.
A “tradição jornalística portuguesa” deve aliar-se ao seu “modernismo dos media” nos jovens jornalistas, de modo que a pluralidade e inovação se conjuguem. Embora este “espaço anterior seja um pouco obscuro”, a nível histórico; urge que, pouco a pouco, se possa atingir a inovação e pioneirismo, que as camadas mais jovens de jornalistas, nos podem fornecer e consagrar, através do seu labor.
A profissão de jornalista é exigente (grande sentido de observação), digna (em que se pode arriscar a vida, por sua causa); que carece e impõe uma devida “saúde mental”, reforçada por uma “saúde física”.

EUROPOLITIQUE: O “boneco” Rodrigues dos Santos e a ilusão da imagem da televisão

                                                                 
Avista-se o homem do “alto da varanda”, de “lado na Feira do Livro”, de “encontrão ao tabuleiro do hipermercado”, e de “longe no seu Mustang azul”.
Imagine que entra numa discoteca, e, de súbito encara os holofotes brilhantes desse espaço. Demora algum tempo a adaptar a sua visão e o seu olhar ao impacto das luzes da discoteca.
Esta imagem procura traduzir a realidade que a imagem da televisão nos transmite sobre a “real percepção dos factos”.
Quando, sobre um comício ou sessão política, o jornalista nos transmite a ideia que havia um “mar de gente”, quando, apenas,  era uma “rua cheia de gente”; ou, quando um jornalista “imagina” que os seus espectadores prestam muita atenção ao noticiário, acontece, que 48 vezes estavam mais interessados sobre a sua gravata, e, somente um espectador sobre o conteúdo das notícias; isto são relatos que já aconteceram.
A imagem da televisão transmite-nos uma “porção da realidade” sobre um acontecimento ou facto; mas, para isso, compare “in loco” a sua “diferença com a imagem transmitida”. (Normalmente, observa-se um “escasso pedaço da realidade” e depende dos planos dessa imagem transmitida).
Este espaço de ilusão criado no seu sofá, está ainda sujeito à sua interacção com os seus olhos, que são obrigados a recompor e a reconstruir a imagem da televisão. De certo modo, são uma espécie de “desenhos animados” ,que nós, internamente, compomos e recompomos, criando uma imagem da televisão.
Como diz Damásio, o nosso cérebro cria imagens e funciona sobre imagens, antes de darmos um passo.
A construção de imagens faz parte de nós,  aliás, como os outros constróem imagens sobre nós. Funcionámos através de imagens, emoções; por isso, a imagem da televisão nos seduz com a sua ilusão.
A imagem da televisão é esquadrinhada por um espécie de “ponteiro electrónico”, que a decompõe em minúsculos pedaços, fazendo a sua leitura de uma forma rapidíssima, de modo que nós temos a ilusão de ver uma imagem.
Embora se diga que uma “imagem vale mais que mil palavras”, a imagem da televisão é “demasiado pobre” sobre a realidade. A sua “composição e reposição” depende o nosso cérebro, daquilo que vemos, ou, pensamos ver e queremos ver.
No entanto, a imagem da televisão tem um poder extraordinário sobre as pessoas.
Nos USA, diz-se: “quem não passa na televisão, não é ninguém”.
O deputado brasileiro mais votado é um homem da televisão. Aquele que vende mais livros em Portugal é um homem da televisão, ou seja,  o senhor José Rodrigues dos Santos.
“Pobre em conteúdo” - em si mesma, mas rica na forma - impacto nos espectadores, a imagem da televisão cria esta ilusão, à qual facilmente nos habituámos; e, com ela nos iludimos.

EUROPOLITIQUE: Recordando "Platero y Yo" ....Juan Ramón Jiménez

  Na minha tenra idade escutava os poemas de “ Platero y yo” , com uma avidez e candura própria da inocente e singela juventude, que era o ...