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sábado, 20 de abril de 2013
EUROPOLITIQUE: Esboço angolano - 1904
========Enquanto na África do Sul, em 1904, germinava uma nova metodologia de “não-cooperação”, tendo como objectivo central a oposição ao domínio britânico na Índia, a “revolução pacífica” liderada por Muhatma Gandhi, insere-se nos conflitos entre as potências imperialistas e os movimentos do nacionalismo, que desde então são emergentes neste princípio de século XX.
“Em Angola, onde Portugal era a potência colonial desde há mais de 300 anos, um dos povos nativos, os cuanhamas, tinha atacado uma coluna isolada de tropas comandadas por oficiais portugueses...”. (1)
O Império Britânico debate-se com enormes sublevações e revoltas na Índia, África do Sul e outras regiões. Por influência ou contágio destes recentes movimentos nacionalistas, a tribo angolana dos cuanhamas, certamente influenciada pelas revoltas na África do Sudoeste, revolta-se contra o colonialismo português.
A tribo dos Cuanhamas, internacionalmente conhecida por Kwanyamas, no dia 25 de Setembro de 1904, ataca uma coluna militar de soldados portugueses que tentavam atravessar o rio Cunene. A armadilha ou emboscada preparada pelos Kwanyamas fez uma razia quase completa neste pequeno contingente que Martin Gilbert, célebre historiador francês, relata na “morte de 254 militares”, mas cujo número deve ser reportado para uma época posterior, ou seja, para a expedição que partiu de Lisboa em 10 de Dezembro de 1914.
Os comandantes destacados deste confronto foram os distintos guerreiros Kalola Kashihetela e Mwatilefu va Hautoni que sob as ordens de Nande ya Heidimbi, rei dos Kwanyamas, desferiram ataques mortais contra os colonialistas portugueses.
A tradição desta tribo era a caça. Por isso, era um povo de caçadores nómadas, oriundos do Sudoeste Africano, ou, Namíbia, que se estabeleceram como pastores entre os rios Cunene e Cubango. As suas origens remontam à região de Donga, no Sudoeste Africano, formando com os povos da Ovambolândia, os chamados ovambos de Angola, em que coexistem cinco tribos: os Cuamatos, os Evales, os Cafimas e os Dombondolas, sendo os Cuanhamas (Kwanyamas), o grupo mais numeroso.
Criadores de gado, nómadas tornados sedentários no sudoeste de Angola eram homens armados até aos dentes, e, os seus guerreiros viajavam protegidos por amuletos suspensos dos pescoços com cifres recheados de cinzas obtidas dos destemidos corações de companheiros mortos em combate.
A partir do ano de 1904, o distrito que abrangia o território das actuais províncias do Kuando-Kubango, Namibe e Huíla torna-se um território de luta constante ou guerra permanente contra o colonialismo português.
====================================================================================================Por outro lado, também sabemos que o kwanza, a nossa moeda nacional, adopta a designação do maior rio de Angola". Associada à água, cmo símbolo de riqueza, a palavra kwanza, cuja origem deriva do dialecto banto, nada deve à tribo dos Kwanyamas?
Se os latinos associaram à fortuna e ao dinheiro, a pecúnia como sinal de riqueza, porque motivo o kwanza não está associado à “criação de gado” e aos “Kwanyamas”?.
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(1) Gilbert Martin, História do Século XX, pg. 39
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