Dava-me graça, entrar num café, na “terra dos mil lagos”,
não muito longe de “Duluth – terra natal de Bob Dylan”; e, ser tratado por
hispânico, acompanhados de amigos espanhóis.
Confesso, que somente comecei a perceber este estigma
quando li o letreiro afixado junto à esquadra de polícia. E, longe de mim
estava o estigma a que estão votados todos aqueles que se reclamam da língua
espanhola, incluindo os Mexicanos.
Mais admirado ficava por muitos americanos falarem ou
perceberem a língua espanhola; aliás. idioma muito temido nos USA pela sua
influência e possível hegemonia.
Vem isto a propósito pela amizade hispânica que nutro pela vizinha Espanha, e pelo
interesse de “nuestros hermanos”, que apesar de 315 dias, sem governo oficial,
decidiram formar uma cúpula para governar Espanha.
Mas, aquilo que mais admiração me causa é o seu
crescimento económico, na ordem do 3%, apesar das peripécias de governação, objectivo ou meta que
Portugal não consegue atingir.
Esta décima terceira economia mundial arrasta consigo uma
influência, que não se reduz ao mapa ibérico. E, tal como os americanos
desdenham e menosprezam a sua influência e hegemonia no continente americano,
que vindo do sul atravessa o centro e chega ao norte, ao âmago da super
potência, somente com uma Espanha unida e centralizada, o seu valor potencial reaparece
na cena mundial.
Os interesses provinciais e autonômicos devem reflectir
uma visão mais alargada, que a própria língua hispânica confere na sua expressão e expansão
mundial.
E, se Espanha cresce economicamente, por arrastamento
indirecto, Portugal detém uma bengala, onde se pode amparar.
Tal, como me amparava aos meus amigos espanhóis - “nuestros hermanos”- já que não sendo hispânico,
pertenço à Península Ibérica, que este “possível casamento” nos conduza àquele
tratado canadiano que tinha esquecido este pequeno rectângulo, tal como aquele
americano confundia a Língua de Camões com a língua de Cervantes na
unidimensionalidade da língua inglesa, que, por acaso, não é americana.