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quarta-feira, 4 de junho de 2014

EUROPOLITIQUE: O sonho e a realidade de 125.000 Km de estradas em Angola



Com a previsível construção da segunda circular entre Ramiro/Viana/Calumbo / Novo Aeroporto, na cidade de Luanda, e, a via expresso da capital até ao Soyo, a modernidade das estradas em Angola atinge um patamar, jamais, impensável neste curto período de tempo, ainda que o seu passado seja uma marca do presente.
Se, o programa de reabilitação de estradas entre 2002 a 2013 permitiu a recuperação de 11.127 quilómetros, ainda está longe dos “23.944 quilómetros de estradas sob a alçada da antiga Junta Autónoma de Estradas de Angola”,(1) por volta do ano de 1971. Nestes tempos, “podia-se ir de Carmona (Uíge),Luanda, Malange, Lobito, Nova Lisboa (Huambo), Sá da Bandeira (Lubango) ou Moçamedes (Namibe) até à fronteira do Sudoeste Africano (Namíbia) via macadame...”(2). Claro que a evolução das estruturas de vias  evoluiu, de forma que a sua modernidade se impõe, com traços de via rápidas e auto-estradas, como se pretende afirmar o perfil da estrada do Soyo, cujo termo significa “Sonho”.
Apesar das críticas políticas, existem historiadores que afirmam o seguinte: “aqui, os portugueses desenvolveram um esforço espantoso para ultrapassar o atraso do país e as grandes distâncias. O seu interesse estratégico era claro. Pretendem ligar todas as capitais de distrito (14, excluindo Cabinda) a Luanda, através de estradas macadamizadas que se adequassem a todos os tipos de clima”.
Num país, com uma área geográfica que engloba a França, Espanha e a Inglaterra, a tarefa de ontem e hoje continua o seu périplo de modernização nas suas 16 províncias, com os seus projectos de vias rápidas ou auto-estradas, estradas nacionais ou provinciais, secundárias ou regionais,  terciárias ou municipais.
Para além dos eixos principais estratégicos existe o programa de recuperação das vias secundárias que visa o restabelecimento das principais vias de ligação, entre as sedes capitais, municipais, aglomerados populacionais importantes e  centros produtivos agro-industriais.
Segundo dados anteriores “os 23 mil quilómetros de ligações secundárias eram modestos” (3), ["História de Angola" by Douglas Wheeler and René Pélissier], já que hoje se fala na “rede terciária”, que engloba, nada menos de 75.000 quilómetros, representando 67,5% do sistema rodoviário de Angola.
O sistema de estradas em Angola, que engloba os seus eixos estratégicos, primários e secundários, atinge a fasquia dos 50.000 quilómetros, sendo que a “rede terciária” se situa nos 75.000 quilómetros. Até 2017, espera-se a construção de mais 19.000 quilómetros. Na sua totalidade surgem 125.000 quilómetros de construção de estradas para um país, se é permitida a comparação,  que está longe dos 1.028.127 km do sistema rodoviário francês, em 2013.
Todavia, para um país africano, o esforço nacional no sistema rodoviário angolano fornece uma identidade nacional, cujos elos se estreitam com os seus eixos nas suas vias de comunicação. 

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