No campo dos prognósticos de uma futura e possível
segunda geringonça levantam-se alguns obstáculos, quer de natureza partidária,
quer de fundamentação eleitoral. E, se “o povo é quem mais ordena”, a previsão
das estatísticas e sondagens ainda não clarificaram a rota, o rumo e andamento
do barco.
A navegação à vista, repleta de cautelas e “caldos de
galinha”, antídoto para um certo “enfermo moribundo” não tem facilitado o
desenvolvimento do investimento público, que carece de revitalização nos seus
sectores; desde a saúde até aos transportes, para não falar dos transportes,
vias de comunicação e respectivo material ferroviário, cujo paradigma espanhol
não é imitável. Adiamentos e atrasos que não obedecem a uma planificação
nacional ou regional persistem num mercado periclitante de política de
merceeiro. Um “pequeno País” e um “mercado exíguo”, sem gigantes ao seu lado,
em nada favorecem o desenvolvimento económico externo, ou, mesmo interno, quando as principais empresas nacionais foram
desbaratadas.
A emergente contestação social caminha para uma
legítima melhoria salarial, cujos ambições parecem subestimadas pela comparação
estrangeira de que os baixos salários devem ser apanágio da terra lusitana.
Mas, a emergência da segunda geringonça tem de
exibir mais ambição nos seus objectivos, mais realismo no confronto social e
criar um suplemento de confiança na viabilidade de um País à beira mar plantado
que não pode ficar somente na dependência da boa vontade dos estrangeiros e à
sua mercê.