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sábado, 27 de fevereiro de 2010

Resquícios de Maio de 68

Resquícios de Maio

“1968 não foi o princípio mas o fim do socialismo (...). De certa maneira, 68 acaba em 1974, em Portugal” - Hitchens

A elite intelectual francesa demonstrava, por vezes, certas reticências ao socialismo russo. Habituados a receber alguns intelectuais soviéticos, permanentemente vigiados pela KGB, desconfiavam verdadeiramente do sistema russo, apesar de outros intelectuais morrerem de amor pela revolução bolchevista.
Aliás, era reconfortante assistir aos verdadeiros cenáculos de discussão idealista dos nossos parceiros sul-americanos, desde o México, Chile, Paraguai, Brasil e Argentina.
O declínio deste império acabou por acontecer, porventura, sem as ansiedades de Maio de 68.
A silenciosa revolução dos “filhos dos pequenos burgueses” desencadeou uma dinâmica social que contagiou o mundo nas suas mais variadas facetas.
Todavia a sua aversão ao capitalismo exerceu posteriormente uma verdadeira sedução pelas suas benesses, das quais alguns beneficiaram sobejamente. Aliás, um certo horror ao dinheiro criou descuidos na visão realista da vida, do qual Cuba surge como paradigma..
Alguns ideais concretizaram-se numa assaz democratização, incluindo aquilo que Hitchens declara que “acaba em 1974, em Portugal".
Todavia um certo cepticismo começar a invadir os sonhos e anelos que, por vezes, implicaram sacrifícios dos seus intervenientes.
A planificação económica nem sempre acompanhou este idealismo, nem a libertação do trabalho atingiu os desejos esboçados.
De certo modo todo este idealismo europeu recai sobre os ombros daqueles que se sacrificaram pela sua realização.
Sente-se que a factura é grande, e, que as garras do selvagem capitalismo aprisiona, de forma incontrolável, os ideais de Maio 68.
Um dos “slogans” do Maio de 68 era “a imaginação ao poder”.
Bem precisa esta Europa que o poder tenha imaginação, ideias novas, consistentes e suficientes para criar um “élan” mobilizador dos povos europeus nesta época sombria, dispersa, parcelar.

.N.B. Dedicado a Hitchens (célebre jornalista americano)

O príncipe Muammar Al Qadhafi

PORTUGAL-LÍBIA.1

As Nações Unidas criticaram severamente a atitude do governante líbio Muamar Kadafi, que convocou uma guerra santa contra a Suíça. "Tais declarações são inaceitáveis para um chefe de Estado, no âmbito das relações internacionais", afirmou nesta sexta-feira (26/2) o diretor-geral da ONU, Serguei Ordzhonikidse, em entrevista coletiva realizada em Genebra.


Quando oito portugueses ficaram retidos nos aeroportos da Líbia, não se desencadearam quaisquer tipos de reacções, que seja público, a nível oficial. Quer dizer que a diplomacia esmoreceu relativamente à exibição de tal prepotência, apesar de dignamente justificados com os vistos e beneplácito da Embaixada Líbia, que acompanha os ritmos internos, fora de tempo.
Todavia este preâmbulo seria abertura para os capítulos seguintes. Ou seja, o problema é suíço, e, todos os seus possíveis amigos devem pagar por tabela.
A “velha raposa do deserto” não fica insensível a qualquer interferência que toque os seus territórios, a sua propriedade familiar. Qual “íman” procura defender a “propriedade vida”, melhor que os escritos de Locke.
Todavia seria aconselhável que este líder lesse a Carta da Tolerância e a digna separação de poderes entre a religião e o príncipe.
Estaríamos mais confortados nesta época, do que regressar ao início do século XVIII.

Douce EURO

O sucesso da moeda única arrastou alguns países à sua adesão, reforço e pujança.

E VÓS EUROPEUS?

Esta advertência americana nunca me deixou sossegado. A sua pertinência esmagava na multiplicidade europeia contra a unicidade americana.

Hábeis no seu domínio económico, militar e político, presumia-se que não deixariam por mãos alheias o crédito da sua moeda.

O dóllar sentiu-se ameaçado por uma hegemonia que atraiçoava a verdadeira cidadania americana, e, sobretudo os bolsos dos seus ilustres.

Acresce-se que os países emergentes reconhecem a vulnerabilidade de tal ilustre "euro"

Os flutuantes mercados financeiros, ou seja, o capital à deriva, sem qualquer rosto humano, exibe as suas garras na procura incessante de lucro.

A fraqueza dos países aderentes ao "euro" começa a retirar brilho a tão reluzente moeda.

Será que a representatividade do "euro" se manterá nos seus países aderentes ou efectivos?

Será que manter-se-á a paridade exibicionista do "euro" frente ao dóllar?

Emergirá outra "moeda forte" entre o "euro" e o dóllar?

Qual será o papel dos "pretodóllares"?

O "Douce Euro" não será um torrão de açúcar que adocicou a boca dos latinos?

Sujectivamente pressinto o horror (xenofobia) e temor hispânico (hegemonia linguística), que atravessado pelo impulso lunar balanceia a maré do Oriente para o Ocidente, e, vice-versa, deixando à deriva os navegantes portugueses.

Ou seja, se a velhinha Europa não se afirmar os tempos vindouros serão, um pouco, tenebrosos.

"Douce EURO" - E NÓS EUROPEUS?

EUROPOLITIQUE: Recordando "Platero y Yo" ....Juan Ramón Jiménez

  Na minha tenra idade escutava os poemas de “ Platero y yo” , com uma avidez e candura própria da inocente e singela juventude, que era o ...