Raros são os dirigentes africanos que têm o estatuto moral e político de “Mandiba”, como raros são os dirigentes africanos que são impolutos. Após o “apartheid” certos dirigentes do “ANC” reclamavam o direito a “une maison” de 5 milhões de dólares, com carro e garrafeira, bem ao estilo ocidental, já que se sentiam com méritos para a sua nova democracia. A passagem de uma “democracia musculada” africana para a “real democracia ocidental” demora o seu tempo e tem as suas exigências, até que a “sociedade civil” usufrua dos seus devidos direitos!...
E, neste sentido, a “sociedade civil” angolana carece de todo o apoio jornalístico, como também do “Jornal Expresso”.
Portanto, se “João Maria de Sousa, general e militante do MPLA que está à frente da Procuradoria desde 2007”, (como relata o Expresso), teve os seus pecadilhos, já que “o procurador-geral não fazia parte dos corpos sociais da empresa”, desde 2008, existem, todavia, prioridades de governação que são extremamente importantes para a justiça angolana, que são dignos de coadjuvação.
A primeira página do Expresso vem levantar uma lebre que certamente está demasiado atrasada, quando há mais de dois anos circulam certos boatos que nunca, presumivelmente, serão investigados.
“Paulo Portas tem dado especial atenção às investigações sobre Angola, para evitar o reacender de conflitos diplomáticos, (como refere o Expresso), aliás, a atenção deve ser acrescida, sobretudo, quando se trate de “fraude fiscal e branqueamento de capitais” que afectem as exportações portuguesas.
Como estes processos costumam morrer na praia, e, como as notícias são velhas e desactualizadas, o melhor é deixar para as calendas gregas certos deslizes que nada tem a ver com a diplomacia portuguesa.
Os epifenómenos são interessantes às “revistas cor de rosa”, ainda que a ética e o direito mereçam a nossa maior estima, como o dito caso não tem fugido à nossa atenção.