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quarta-feira, 1 de novembro de 2017

EUROPOLITIQUE: "Vinhas Verdes" na Catalunha


Aos olhos dos portugueses, a Espanha parece uma nação tão próxima, mas está tão distante que desconhecemos a sua complexidade. 
Basta dizer que sem governo, a Espanha governa-se. 
Basta dizer que o seu sistema de autoridade é mais complexo que o português. 
Basta dizer que o seu sistema régio, é diferente do luso republicano.
 Basta dizer que o iberismo floresceu, na minha infância, sob a perspectiva da minha paisagem e propagou-se numa certa ansiedade popular.
Basta dizer que Quixote e Sancho parecem inconciliáveis, e que se desconhece se qualquer destas personagens está em Barcelona ou Madrid.
Basta dizer que Espanha é uma potência económica, que somente a Catalunha ultrapassa Portugal.
Basta dizer que se comprava "carmelos" por duas pesetas, quando tínhamos um escudo.
Basta dizer que os combóios de alta velocidade centralizam Madrid, como a capital da sua política.
Basta dizer que o medo de Franco era a unidade espanhola.
Lluís Llach cantava em Paris, e, a Casa dos Estudantes de Espanha na Cité Universitaire estava fechada; e cantar na raia espanhola era parar nos calabouços da "Guarda Civil".
Dá-me a impressão que os portugueses temem e admiram a Espanha. Talvez admirem a Catalunha pela sua audácia, mas temem a Espanha pelo seu poder. 
Se, o iberismo não vingou em Portugal, nas horas das angústias, o poder espanhol sempre ofuscou o pequeno luzeiro português. 
Mas, certamente o senso comum português, e, não só, não legitima que somente a voz dos políticos permaneça como último recurso da condenação da Catalunha. 
Enquanto Barcelona "canta" ou "chora" os seus amanhãs, Madrid fecha as portas!... torna-se difícil viver na "Inquisição Espanhola".

EUROPOLITIQUE: A Inquisição Espanhola e a Catalunha


Embora o senso comum europeu, e, os políticos europeus não concordem com a independência da Catalunha, a expressão da sua vontade pode ser legítima, embora não legitimada, quer dizer, não merecendo o apoio do resto da Espanha,e não só. É, a manifestação de um sentido de afirmação, que carecendo dos seus apoios necessários, quer nacionais, quer internacionais, tem uma força interna que funciona como barómetro de uma temperatura social que se manifesta e percorre certo tecido social catalão. Apagar este fogo, esta chama de nacionalismo, acalentado por várias décadas, somente faz renascer outros fogos em que se consome a Catalunha.
Bastava ao poder político o decreto de eleições, respeitando as várias vontades catalãs para se exprimirem livremente, com a sua imposição de datas e organização. Ou seja, o poder de Madrid já exerceu suficientemente as suas prerrogativas condicionando os catalães, as eleições.
Tudo o que ultrapassa, a decisão madrilena de eleições, é um exercício semelhante à famosa Inquisição Espanhola, que mandava para a fogueira os seus descrentes. Ou seja, tiremos a roupa a esses dirigentes que eles ficarão inocentes como Adão estava no Paraíso. Decapitar, economicamente os seus membros, faz lembrar as pobres viúvas ricas, que eram acusadas de pacto com o diabo.
A teia diabólica, que o direito impõe à política, só merece que os seus dirigentes deixem de ser cidadãos espanhóis para se tornarem apátridas. "Estes mal nascidos em Espanha", dizia um político espanhol, não merecem usufruir do solo espanhol, porque a sua força se não vem da velha Inquisição, não está muito longe dela.

EUROPOLITIQUE: Recordando "Platero y Yo" ....Juan Ramón Jiménez

  Na minha tenra idade escutava os poemas de “ Platero y yo” , com uma avidez e candura própria da inocente e singela juventude, que era o ...