As exportações de Portugal
para Angola devem atingir mais de 4 mil milhões de dólares, em 2014. Sem
dúvida, que a China e Portugal constituem dois marcos importantes para a
economia angolana, não só pelo aspecto importador e exportador, como também
pelo aspecto financeiro, que o diga a Sonangol, quando carece de qualquer
investimento chinês para os seus projectos.
P.S. Entretanto, o "projecto leiteiro", em colaboração com os Açores, para o Uíge, aguarda autorização angolana.
Todavia a “lei do investimento
privado”, com as suas exigentes tabelas de um mínimo de 1 milhão de dólares por
sócio, ou, a exigência de um capital 75% angolano, para qualquer projecto,
delimitam os incentivos do Estado Angolano.
A diversificação da economia
angolana, cuja dependência do petróleo atinge quase os 80%, carece da
implementação, criação e desenvolvimento de um tecido empresarial que implica o
aparecimento de pequenas empresas agrícolas, industriais e comerciais, cujo
financiamento não implica demasiado capital ou custos, como a lei estipula, nem a exigente
intromissão do carácter nacionalista de empresários.
Em 2015/2016, a produção de
cimento em Angola será mais que suficiente para as suas necessidades. Rica em
minérios, espera-se que a nível do ferro e aço, atinja as metas necessárias para que a construção
civil não retroceda no seu desenvolvimento. Todavia os objectivos, a nível
agrícola, ainda estão bem longe dos patamares desejados. A produção de milho,
batata, soja e trigo, associada à criação de gado, carecem de um impulso que
passa pela criação de pequenas empresas agrícolas. O contributo do Vietnam,
China, Coreia do Sul na produção de arroz são experiências que despontam na
agricultura angolana.
Em 2012, a contribuição da agricultura para o PIB Angolano, foi de
10,3%, relativamente melhor do que os 8,6% de anos anteriores, mas ainda muito
insuficiente para as suas carências. É que Angola tem um potencial agrícola da
ordem dos 58 milhões de hectares, e somente 5,2 milhões de terras eram
cultivados, em 2011, por cerca de 3 milhões de unidades familiares, que muitas
vezes, estão na economia de subsistência. Ao factor de produção, a distribuição
constitui uma despesa na ordem dos 25% que pouco favorece a sua atracção e
desenvolvimento. Se, a grande metrópole que é Luanda, com os seus 6,5
habitantes de vida citadina, depende da comercialização dos produtos agrícolas, a restante população pertence ao mundo campesino que mergulha nas dificuldades típicas
da vida africana. Há que subsistir, de qualquer forma, sem o acesso a um
rendimento digno. Se o transporte encarece os produtos agrícolas em 25%, a comercialização subtrai outros 25%, o rendimento da parte restante dispersa-se pela produção, pelo trabalho, pelo preço das sementes, de tal forma que garante um rendimento mínimo aos produtores. Ao slogan de um governante: “a primeira riqueza de um país é
a terra, quem não tem terra não tem nação”, então o território angolano
pontifica num expoente máximo de exibição de natureza que somente o factor
humano tem de potenciar na sua riqueza natural. P.S. Entretanto, o "projecto leiteiro", em colaboração com os Açores, para o Uíge, aguarda autorização angolana.