Astuto, matreiro e esperto, Paulo Portas falta-lhe o traquejo das lides diplomáticas. Ainda anda num percurso de aprendizagem, tais são os meandros da delicada diplomacia. Os “candelabros de prata” e os “tapetes vermelhos” não facilitam a passagem de “sapatilhas”, embora a imagem na sala, seja a mesma dos homens do CNT e daqueles que se escondem nos jardins do “Palácio Cor de Rosa”, capazes de pagar o “fuel” de uma avião de ajuda humanitária.
Não é fácil passar do “Paulinho das Feiras” para os contornos internacionais, num país cuja dimensão não é rectangular mas global.
Falta-lhe a clarividência da “sereia de Tripoli”, que anunciava que em Agosto a “velha raposa do deserto” se meteria na sua toca.
É bom relembrar que até mesmo o “Quai d’Orsay”, após a prisão do chefe do protocolo do astuto Kadafi nunca foi o mesmo. ("Vox populi", 276) E, se por acaso houvesse “homens à altura” teríamos um “belo sarilho” diplomático entre a Líbia e a França. Parece que somente qualquer ilustrado em terras gaulesas teria a ousadia de discutir tal problema. Por mais ousada que seja a França não estamos no tempo do “Rei Sol”. Mas a França também tem a humildade de convidar qualquer escritor sobre a África, a nível do seu Ministro de Negócios Estrangeiros.
Portugal tem de demonstrar aquilo que tem de melhor. Nesta altura é que se vê a sagacidade dos homens da política. Apesar de certos países se embandeirarem como arautos da democracia não é deles que surge qualquer ideia exemplar. São, demasiado conviventes com situações anteriores.
Infelizmente, Portugal não é uma ideia paradigmática que se apresente isento desta conivência política, mas não é dos piores.
Portugal tem coisas melhores.
É pelo melhor que lutámos.