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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

EURO POLITIQUE. 116 "Líbia, Portugal e África do Sul"



É bom relembrar que a África do Sul ficou deslumbrada com Kadafi e as suas “amazonas”.

É bom relembrar que o ANC parece que tem uma dívida com Kadafi.

E, é bom saber que o seu Presidente Zuma ensaiou uma espécie de “quarta via diplomática”, arriscando-se a ficar no plano do Canadá.

Exemplo simples é que uma nota de cem dólares canadianos não se destroca na África do Sul.

De costas voltadas para Angola e Moçambique, os sul-africanos continuam a olharmos no velho prisma inglês, não só aos angolanos e moçambicanos, como também aos portugueses.

Desconhecem certos dirigentes políticos sul-africanos que Portugal teve “autênticos leões” a vociferar, na selva africana, contra o apartheid. Se um dia, por preciso, evocarei os seus nomes.

Queiram ou não queiram a África teve um Kadafi, como Portugal teve um Salazar.

Mas se os “jeeps” custavam 2.50 escudos aos portugueses, após a independência desses países Portugal virou a página, e surgiu com a voz de “leões”, e não sei se estão vivos ou mortos.

Não sei se o ANC deve mais a Kadafi, ou, aos portugueses: na imagem talvez, na realidade, não.

Os portugueses não devem ter complexos de assumir aquilo que humildemente fazem. Por vezes, falta-nos uma voz audaciosa na cena internacional

EURO POLITIQUE 115. "Paulo Portas em Paris"



Em terras de embaixadores, Paulo Portas entrou mudo e saiu calado.

O descontentamento popular de terras vizinhas esmoreceu o “aprendiz de feiticeiro”, já como dizia um famoso contrabandista para aprender as artes deste ofício “bem preciso são dois anos”. (Paradoxo) E, logo as palavras fugiram para Espanha. “Por que no te calas?!...”, relembrando a admoestação de um rei a um príncipe iniciante.

Nesta iniciação de negócios estrangeiros, Paulo Portas começou pela chamada “terceira via diplomática” porque altos voos se levantam, e dele se espera algo de grandioso num país pequeno.

Talvez me advirta que o “silêncio é de oiro”, e que me cale.

Claro que após a “visita de negócios” e a acreditação do antigo embaixador, assaz paladino da liberdade, nada mais que mostrar ao país que algo mexe, e que “quem não aparece na televisão não é ninguém”. Mas, também há quem esteja “farto deles”.

Todavia, quem se sente enfeitiçado pelos jardins da OCDE, pelas moitas do antigo Palácio (“onde se escondem furtivos atiradores”), pelos “Silvas” e bancos de cooperação, pelos ardis e conluios da bela diplomacia, que sabem muito bem distinguir entre a “porta da frente” e a “porta do cavalo” não se pode ficar insensível aos encantos da sereia de Tripoli.

As sereias são o encanto da Dinamarca e seus pensadores, e, são, por vezes o destino de muitos portugueses que se deixam encantar pelo mar.

Desde segunda-feira que Sarkozy tem embaixador na Líbia e promete mais (embaixadores). “Para bom entendedor, meia palavra basta.”

EURO POLITIQUE 110. "Paulo Portas e Kadafi.4"



Ainda não tinha começado a Conferência em Paris dos amigos da Líbia, e já nas ondas hertzianas circulava a notícia de que 35% do petróleo bruto da Líbia estava hipotecado aos franceses. Notícia veiculada pelo jornal “Libération”, que logo mereceu o comentário que não existiam prioridades.

Qual o papel de Portugal na ONU?

Parece que alguns fazem demasiada confiança no seu papel, quando o conselho de David Cameron seja o melhor a seguir “não podemos ficar para trás”. Ter a confiança que estamos na linha da frente é uma ilusão diplomática.

Será que teríamos a capacidade de gerir nada menos de 100.000.000.000 de dólares?

Será que temos a capacidade de interferir em dois orçamentos anuais de Angola?

Alguns milhões já escaparam, certamente, à possível intervenção diplomática portuguesa, fora outros tantos milhões cujo paradeiro se desconhece. ,

“Moustapha Abdeljalil e o seu número dois, Mahmoud Jibril, apresentaram as suas prioridades em matéria de construção, após um avião francês que os ter buscado, quinta feira de manhã, a Benghazi”.

O legado de Kadafi é bem pesado, não só economicamente, mas também a nível diplomático. Nada menos de trinta países africanos ainda vacilam perante os novos poderes. A Venezuela de Hugo Chavez, a Nicarágua de Daniel Ortega, a Cuba dos manos Castros, o Zimbaué de Roberto Mugabe, conjuntamente com outros países de posições neutras são um "handicap" internacional para o famoso CNT.

Mas o aviso de David Cameron devia ser um sério aviso para Portugal, com relações económicas desde 1976:”NÃO PODEMOS FICAR PARA TRÁS”

EUROPOLITIQUE: Recordando "Platero y Yo" ....Juan Ramón Jiménez

  Na minha tenra idade escutava os poemas de “ Platero y yo” , com uma avidez e candura própria da inocente e singela juventude, que era o ...