Esteticamente, o famoso filósofo alemão Inmanuel Kant, nas suas dissertações sobre o “juízo de gosto” confunde o vinho da Madeira com o “rum” das Canárias. Filósofo de uma pontualidade que ultrapassava a precisão dos relógios suíços, ainda exerce uma fundamentação na cultura alemã, que admiravelmente se inscreveu , e, instaurou no “espírito alemão”.
Apesar de representarmos 1% da economia europeia, não quer dizer que sejamos obrigados a vender a ilha da Madeira!...
Se como diz Trichet: “financiamos o nosso investimento com as nossas poupanças”, qual a razão de abandonar o projecto Quimonda”?
Será que “cada economia tem as suas próprias características e as suas próprias estruturas”, como diz Trichet, e, que os interesses instalados não correspondem às ambições do projecto "Quimonda"?
No jogo de interesses políticos, económicos, financeiros, e estatais, será que perdura uma diferenciação semelhante à “diferença entre a Europa e os EUA”, ou seja a "flexibilidade da economia” europeia que quer copiar o modelo de “iniciativa privada” americana?
A Quimonda, projecto de engenharia computacional afasta-se totalmente do “algoritmo de Kadafi”.
Relembrando Kant, e a sua tarefa hercúlea, de transformar o “juízo estético” de particular em universal, qual é o problema do 1% da economia europeia, no contexto geral da sua expressão económica?
Como não estamos dispostos a vender “a ilha da Madeira”, nem o “mar português” esperamos que a senhora Alemanha nos veja com outros olhos, e, outros pontos de vista, nesta Europa do “Castelo de Cartas”.
Será que, a pequena gota que somos na Europa, ainda vai dar cartas no “Castelo de Cartas”, ou seja, na Europa?
P.S. "Como disse que Maastricht vai ser a consolidação do império alemão, o IV Reich. Sem os espelhos de Versalhes e sem o conde Von Bismarck. União monetária? Uma fraude. Expulsa as pequenas economias. Corremos esse risco, e será a desgraça. Não temos tecido produtivo. Vamos empobrecer. Por saltos" Excerto da entrevista de Ângelo Correia, na Revista do Expresso, pg. 19.
N.B. Leitura, após este artigo.
Seguidores
sábado, 24 de abril de 2010
EURO POLITIQUE.23 - "O Castelo de Cartas" - Europa
" O Castelo de Cartas"
Os portugueses encantaram-se com a “Auto-Europa” e a "Quimonda”.
A Quimonda de base tecnológica e científica foi o que se viu!....
A “Auto-Europa” revela-se um pequeno castelo, mais frágil, que as muralhas de Palmela.
Símbolo de exportação e de mão-de-obra corresponde aos efémeros interesses portugueses, e às directivas alemães. Quer dizer, fabrica-se um produto que não se inscreve, nem se instaura nas necessidades efectivas lusas.
O famoso filósofo Heidegger afirmava que a língua latina era incapaz de se inscrever na linguagem filosófica. Da mesma forma, o “espírito político, financeiro e económico” germânico olha e perspectiva os latinos.
Os mais famosos ideólogos alemães na campo da filosofia política sempre demonstraram uma supremacia, que no campo da “realidade prática da vida” causou os maiores dissabores da humanidade.
Quase todos os europeus admiram a Alemanha pelo seu “espírito de trabalho”, pela sua tenacidade em enfrentar as dificuldades, pelo sua orgulhosa supremacia intelectual.
Todavia, no campo político, a elegância revolucionária francesa e o seu idealismo, conjuntamente com o pragmatismo inglês, demonstraram uma perspicácia existencial, digna dos mais belos gestos humanitários.
A garantia económica da Alemanha pode funcionar como meio de repensar a Europa.
Por vezes, dar dinheiro às pessoas, somente as embrutece no seu estado abismal.
Os momentos de crise são salutares para que se instaura e se inscreva um autêntica dinâmica do percurso europeu.
A “Europa dos políticos” tem de olhar e enfrentar a “Europa dos cidadãos”, ou seja, “a sociedade política” deve contar com a “sociedade civil”, porque além de ela ser o motor desta dinâmica, é o suporte da “Europa dos políticos”.
Os portugueses encantaram-se com a “Auto-Europa” e a "Quimonda”.
A Quimonda de base tecnológica e científica foi o que se viu!....
A “Auto-Europa” revela-se um pequeno castelo, mais frágil, que as muralhas de Palmela.
Símbolo de exportação e de mão-de-obra corresponde aos efémeros interesses portugueses, e às directivas alemães. Quer dizer, fabrica-se um produto que não se inscreve, nem se instaura nas necessidades efectivas lusas.
O famoso filósofo Heidegger afirmava que a língua latina era incapaz de se inscrever na linguagem filosófica. Da mesma forma, o “espírito político, financeiro e económico” germânico olha e perspectiva os latinos.
Os mais famosos ideólogos alemães na campo da filosofia política sempre demonstraram uma supremacia, que no campo da “realidade prática da vida” causou os maiores dissabores da humanidade.
Quase todos os europeus admiram a Alemanha pelo seu “espírito de trabalho”, pela sua tenacidade em enfrentar as dificuldades, pelo sua orgulhosa supremacia intelectual.
Todavia, no campo político, a elegância revolucionária francesa e o seu idealismo, conjuntamente com o pragmatismo inglês, demonstraram uma perspicácia existencial, digna dos mais belos gestos humanitários.
A garantia económica da Alemanha pode funcionar como meio de repensar a Europa.
Por vezes, dar dinheiro às pessoas, somente as embrutece no seu estado abismal.
Os momentos de crise são salutares para que se instaura e se inscreva um autêntica dinâmica do percurso europeu.
A “Europa dos políticos” tem de olhar e enfrentar a “Europa dos cidadãos”, ou seja, “a sociedade política” deve contar com a “sociedade civil”, porque além de ela ser o motor desta dinâmica, é o suporte da “Europa dos políticos”.
Subscrever:
Mensagens (Atom)
EUROPOLITIQUE: Recordando "Platero y Yo" ....Juan Ramón Jiménez
Na minha tenra idade escutava os poemas de “ Platero y yo” , com uma avidez e candura própria da inocente e singela juventude, que era o ...
-
Introdução A quinta ou solar da Loureira revela várias fases de construção e várias gerações de ocupação, através dos seus tempos e...
-
Hollywood West and António José Rocha - Período colonial espanhol No ano de 1815, com 25 anos de idade, António José Rocha ...
-
Caminho de Santiago na Casa de Gouvim em Gondarém “Seduziu e engravidou, o Abade..." não era qualquer título ou capítulo das "nov...