O “Correio da Manhã” consagra duas páginas à RTP. (Alguns
dirão não leia, mas li). Como li o "artigo laudatório" sobre a RTP no "Diário de Notícias".
Desde a “Direcção de Soares Louro”, mais preocupado com a
“televisão a cores” e a “política”, (de tal forma que o “serviço informativo”
estava “vedado ao exterior”), que a “organização estrutural da RTP” procurou
manter um certo “tipo institucional”, que um “médio tipo empresarial” de
serviço público. (Aliás, advogava-se uma "estruturação").
Como “canal público”, a RTP sofre a pressão dos políticos, das empresas
concorrentes (SIC e TVI e outras), e destes espectadores
pagantes. Como “espectadores pagantes” temos o direito de exigir algo.
(Aliás, recordo-me da revolta de um emigrante obrigado a pagar a “taxa”, quando estava fora do País. “Taxa” que foi abolida por Cavaco Silva).
A história da RTP merece uma profunda “historiografia” que
não fique somente pelas suas “figuras emblemáticas” e pela recordação dos seus
“momentos áureos”.
No plano estritamente económico, a RTP devia cingir-se
somente aos recursos da publicidade e à contribuição audio-visual. (há outros
planos, que deixámos, em branco).
Voltámos ao “médio tipo empresarial”.
As “empresas públicas”, com as leis de mercado e com lucro,
são raras. (Alguém dizia: "fazer televisão é muito, muito caro"!...).
Além disso, um “serviço público” tem exigências que as
empresas particulares não têm, mas, muitas vezes, estas empresas estão a
prestar um autêntico serviço público.
A conciliação deste “conflito de interesses” deve ser
regulamentado pelo “espaço institucional” que estas empresas ocupam.
A RTP é uma “imagem de marca”, no panorama áudio visual
português, e, na história da informação em Portugal. A sua actividade é marcante
na formação de jornalistas, nos arquivos que possui e na influência sobre a
sociedade portuguesa.
Como “imagem de marca”, traduzida no seu logotipo, a sua isenção e
credibilidade tem de ser cada vez maior. Está em jogo o crédito dos seus
espectadores e anseia-se que encontre os melhores caminhos para que a sua “imagem
de marca”, cada vez mais, se incruste na sociedade portuguesa.