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terça-feira, 6 de setembro de 2016

NA QUINTA COLUNA: a RTP mais que um "empresa" é uma "instituição"

O “Correio da Manhã” consagra duas páginas à RTP. (Alguns dirão não leia, mas li). Como li o "artigo laudatório" sobre a RTP no "Diário de Notícias".
Desde a “Direcção de Soares Louro”, mais preocupado com a “televisão a cores” e a “política”, (de tal forma que o “serviço informativo” estava “vedado ao exterior”), que a “organização estrutural da RTP” procurou manter um certo “tipo institucional”, que um “médio tipo empresarial” de serviço público. (Aliás, advogava-se uma "estruturação").
Como “canal público”, a RTP sofre a pressão dos políticos, das empresas concorrentes (SIC e TVI e outras), e destes espectadores pagantes. Como “espectadores pagantes” temos o direito de exigir algo. (Aliás, recordo-me da revolta de um emigrante obrigado a pagar a “taxa”, quando estava fora do País. “Taxa” que foi abolida por Cavaco Silva).
A história da RTP merece uma profunda “historiografia” que não fique somente pelas suas “figuras emblemáticas” e pela recordação dos seus “momentos áureos”.
No plano estritamente económico, a RTP devia cingir-se somente aos recursos da publicidade e à contribuição audio-visual. (há outros planos, que deixámos, em branco).
Voltámos ao “médio tipo empresarial”.
As “empresas públicas”, com as leis de mercado e com lucro, são raras. (Alguém dizia: "fazer televisão é muito, muito caro"!...).
Além disso, um “serviço público” tem exigências que as empresas particulares não têm, mas, muitas vezes, estas empresas estão a prestar um autêntico serviço público.
A conciliação deste “conflito de interesses” deve ser regulamentado pelo “espaço institucional” que estas empresas ocupam.
A RTP é uma “imagem de marca”, no panorama áudio visual português, e, na história da informação em Portugal. A sua actividade é marcante na formação de jornalistas, nos arquivos que possui e na influência sobre a sociedade portuguesa.
Como “imagem de marca”, traduzida no seu logotipo, a sua isenção e credibilidade tem de ser cada vez maior. Está em jogo o crédito dos seus espectadores e anseia-se que encontre os melhores caminhos para que a sua “imagem de marca”, cada vez mais, se incruste na sociedade portuguesa.

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